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Artigos-->A patoria do Luiz -- 08/03/2006 - 18:47 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




A patoria do Luiz

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



Luiz havia cansado de ser um trabalhador braçal. Almejava uma vida mais digna. Inquieto, sempre estava envolto com projetos para um futuro empreendimento. Na maioria das vezes, sonhos irrealizáveis, utopia, que os amigos não davam a mínima importância.



Mas Luiz desejava ser um bem-sucedido empresário e para isso era um batalhador perseverante e incansável.

Certo dia, eufórico, Luiz contou em detalhes seu projeto para um amigo de extremada confiança. O velho Zé de Guerra.



– Zé de Guerra! Uma patoria! Esse é o nosso grande negócio.

– Patoria? Que é isso? Tu tá louco? - perguntou o Zé de Guerra meio desconfiado.



Luiz havia identificado o negócio de patos como um comércio promissor. Era simples, criar e comercializar patos. Uma pequena chácara próxima da cidade e um ponto de venda em um bairro populoso. E, num médio prazo, uma pequena indústria.

E Luiz montou sua patoria. A freguesia era enorme e exigente. A classe média remediada comprou os patos de Luiz. Mas logo começou a pedir fiado. E, em seguida, introduziu o velho e famoso caderninho. E Luiz aceitou, afinal, tinha que manter a classe média como freguesa, mesmo percebendo o risco de não receber pelos patos. Os grandes empresários também compraram os patos de Luiz. Mas estavam desconfiados porque um outro ramo empresarial, os banqueiros, comprava os patos bem mais baratos. Mesmo sendo mais aquinhoados compravam e não quitavam suas dívidas ou pagavam pouco pelos patos.



Luiz era temente e Deus e um fervoroso cristão, então criou o Bolsa-pato, ou seja, cada família de pessoas humildes receberia um pato por mês. Assim seu comércio tinha uma função social e a simpatia da sociedade.



No entanto, Luiz estava temeroso com seu empreendimento, vendia bem, um excelente ponto comercial, mas tinha dificuldade para fazer as cobranças. Muito sacrifício. Cansado de esperar Luiz foi ao encontro do povo, pois queria receber o que tinha direito. Para tanto, convidou o povo para quitar as dívidas dos grandes banqueiros e empresários. Pois ele não queria ficar no prejuízo. Seu empreendimento não poderia falir.

- Mas nós não compramos os patos. – reclamou o povo indignado.

- Vocês não compraram patos, mas, vejam bem, alguém tem que pagar o pato.

E, a contragosto, o povo pagou o pato.





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