ano V - nº 1057 – quinta-feira – 09 de março de 2006
"Ou restaure-se a moralidade, ou nos locupletemos todos" (Stanislaw Ponte Preta).
Se alguém ainda tinha dúvida de que o Congresso Nacional está abarrotado de pilantras que corroem a sociedade em nome de seus interesses pessoais, a dúvida foi pelo ralo ontem à noite. A indecência tomou conta. Com a absolvição no plenário de Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP), dois que receberam dinheiro sem origem de Marcos Valério, o tal Conselho de Ética do parlamento não serve mais para nada.
Deve ser fechado.
E suas portas lacradas para que ninguém mais lembre que existiu um dia.
Sim, porque algo precisa ser feito para saciar nosso desejo de justiça diante da pornografia política que nos foi apresentada. E antes que alguém sugira fechar o Congresso, melhor fechar o Conselho de Ética, cujos relatórios que pedem as cassações estão sendo solenemente rejeitados em plenário por acordos espúrios, que depois são comemorados madrugada adentro com brindes de champanhe.
Dos males o menor.
Os deputados federais podem justificar que a palavra “ética” caiu no ostracismo definitivo nos últimos anos e que o custo das salas do tal Conselho e de seus assessores estava alto demais. Porque se o poder Legislativo, responsável por fazer as leis de uma sociedade, não apenas tolera como incentiva que sejam violadas na calada da noite, então não resta um pingo de vergonha na cara do país que aceita um poder desses.
Antes, quando o PT era oposição, as cassações ocorriam porque o partido e seus representantes pressionavam em nome da ética, da moralidade pública e da decência, embora fossem apaixonados por um contratinho de lixo. Só que desde que chegou ao topo do poder, lixo passou a ser coisa de pivete para o PT. O partido descobriu que é muito melhor roubar de retroescavadeira do que com pá de jardineiro.
No fim das contas, sempre existirá o plenário da Câmara e seus deputados mensaleiros para absolver os pilantras.
PENSANDO BEM...
Está na hora de devolver os mandatos de Roberto Jefferson (PTB) e Zé Dirceu (PT). Com direito a desfile num rolls royce e indenização mensal de ministro do STF.
Obs.: Alguém ainda tem dúvida de que vivemos literalmente em uma República dos Bandidos? (F.M.)
