Autor:Flávio Neres
Dos mortais seria o mais feliz, senhor,
Se viesses a transir meu tétrico coração,
Com respostas das interrogações que me faço a banzar.
Por isso pergunto-te,
Até quando senhor
O mais forte ira esmagar o mais fraco?
Até quando senhor,
Os viadutos servirão de moradia?
Até quando senhor,
A gente tem que aturar tamanha miséria?
Senhor, descupe-me a persistência,
Mas meu ser há tempos vem a anelar tais respostas,
Por isso novamente pergunto-te,
Porque os jovens destroem
suas vidas com drogas?
Porque os homens lutam tanto pelo poder,
Se o poder está contigo?
Bem senhor, acho que de ti também não receberei respostas, mas mesmo assim,
Sinto que meu coração deixa de ser tétrico,
E vem agora conflagrar-se de esperança,
Sim, esperança que olhes para este mundo,
Que cegamente caminha
para a sua auto-destruição.
Poesia publicada no livro "NOVA POESIA BRASILEIRA 1988" |