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Cronicas-->Começo do Dia -- 16/01/2002 - 19:10 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há dias em que não se deveria levantar da cama, mas como no meu caso, isso é praticamente impossível, tomo coragem e coloco o corpo para funcionar. Obras no prédios, pessoas cantando (quem faz isso às 7 da manhã?) e buzinas de carros, vão implorando para que eu comece o meu dia.
A verdade é que minha vida começa depois do meio dia. Meu cérebro é incapaz de funcionar antes disso e pago o preço por ter uma vida diferente.
Olhando para a janela do meu quatro, ainda abismada com a correria das pessoas lá embaixo, lembro de uma coisa que acontecia aqui onde moro. Exatamente às 4 horas da manhã, ouvia um estrondo enorme e inimaginável, como um raio ou sei lá o que. No começo era terrível, pois logo depois do susto, o sono ia para o beleleu. Mas com o passar do tempo, me acostumei. Até que um belo dia, o barulho, simplesmente, desapareceu. O estrondo não me acordou. E não é que senti falta dele? São coisas dessa vida tão cigana, como já dizia Gonzaguinha.
Cruzo no corredor do apartamento com Ju, minha eterna companheira de apartamento. Não quero nem olhar para a cara dela, pois sei que não conseguiria emitir nem pensamentos. E lembro de mais coisas. Quando morava com um numero maior de gente nesse apartamento, minhas manhãs eram terríveis. Todas as meninas queriam contar algum caso logo na hora do café da manhã. Achava horrível ter que dar conselho sentimental antes do almoço. Hoje não acontece mais isso. Passo pela Ju como uma alma penada e ela também não faz muita questão de falar comigo, o que torna a vida engraçada. Imaginem duas pessoas, rodando em um apartamento do tamanho de um buraco, sem dar um oi?! Esbarramos de vez em quando nas contas para pagar ou "quem vai comprar pão hoje?", mas nunca demoramos na conversa.
Ju está reclamando sozinha das obras, fala alguma coisa que não consigo entender. Dia desses li, acho que em algum texto de Miguel Fallabela, que quando os espanhóis querem amaldiçoar alguém, dizem: que Deus lhe dê uma obra!! Bem justo nessa manhã barulhenta.
O despertador da minha casa nos acorda com musica, e Ju teima em colocar um pagode no último volume. Mesmo em quartos separados, consigo escutar o Molejo cantar "acorda criançada, tá na hora da gente brincar, oba!.". E Ju ronca ouvindo isso!!! Tenho que levantar, desligar o despertador e acordá-la pela décima vez. Depois disso, a vida vira uma bagunça. É mãe que liga para saber que dia vai visitar a família, a Tv e o noticiário berrando, e o cérebro não querendo mandar informações para o resto do corpo.
Pronto! Já tomei banho, mudei de roupa. Está na hora de enfrentar o engarrafamento. Digo thau para Ju e torço para que ela não volte a dormir.
Mais um dia está começando.
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