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Poesias-->Tarde Emoldurada -- 30/05/2002 - 11:11 (Anderson Christofoletti) |
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Tarde Emoldurada
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A tela:
Fusão perfeita
De espátula e aquarela
Em que crepita
A centelha.;
Em que arde,
Em nuanças,
A tarde
Vermelha
- A vida -
Entre crisálidas,
Crianças
E folhas caídas
- Secas -.
ll
É maio.
Um cálice de Cézanne
Derrama-se nesta tela
De fim de tarde.
O vento orienta
O tapete de folhas secas
Que caminham
Sob meus passos.
O silêncio das árvores é contemplativo.
Elas velam
Este espetáculo
Composto de vida.
Tudo parece
Ter seu fulminante
Instante
De glória
- Paradoxalmente eterno –.
lll
Tento, debalde,
Filtrar todo cenário,
Removendo a matéria
Conspurcante
Que enevoa de tons grises
Esta obra:
Cabalística hipnotizante.
E , num grito inverso,
Digo que compreendo
Seu dialeto.
Deixo Sua arte
Atravessar minha alma
E nutrir minha vida de esperança
Antes que a tempestade
Da realidade
A arrefeça
Pela indiferença
Constante,
Pela lâmina cega
Mais e mais cortante.
©Anderson Christofoletti
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