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Artigos-->Havia Campesina -- 19/03/2006 - 17:15 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Havia campesina

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



As denúncias se sucedem e os escândalos fazem partem do nosso cotidiano. Crimes ficam impunes e pinóquios depõem nas comissões. A conjuntura política está adversa para os políticos em virtude do provável rodízio de pizzas servido pela Câmara dos Deputados.



Quando as mulheres da Via Campesina destruíram o horto da Aracruz Celulose, houve uma unanimidade na imprensa. Vandalismo e terrorismo, dentre outros, foram os termos usados. Quem nutria alguma simpatia pelo movimento, pisou em ovos para criticar. O Partido dos Trabalhadores emitiu uma nota burocrática.



Mas gostaria de propor uma discussão acerca dos acontecimentos daquele 08 de março: a ação da Via Campesina e a votação na Câmara dos Deputados.

As camponesas destruíram o laboratório de uma empresa e a Câmara absolveu dois deputados acusados de corrupção.



Havia camponesas naquela ocupação, mulheres corajosas, arrojadas e desobedientes. Mulheres revolucionárias no sentido mais utópico de uma militante da década de 70.

Havia corruptos naquela votação. Homens corajosos, arrojados e desobedientes. Homens conservadores no sentido mais pragmático de um déspota da década de 70.

Como contabilizamos essas cifras de prejuízos? Em qual conta colocamos o débito da Aracruz Celulose? Em qual conta colocamos o prejuízo aos cofres públicos do Valerioduto? Nessa contabilidade quem perdeu mais? Qual o crime mais hediondo?

Havia campesina, ou melhor, muitas campesinas com o rosto sofrido naquela ocupação. Mulheres voluntariosas, corajosas e lutadoras. Elas não são glamourosas. Não usam batom e não fazem chapinha. O sorriso dessas mulheres é incompleto.

Havia caras-de-pau depondo na CPI. Doutores bem-vestidos e com o verbo pronto. E com um sorriso amarelo.



Há quase um ano que diuturnamente assistimos crimes de colarinho branco em horário nobre e não fomos capazes de levantar o traseiro da poltrona. Nossa indignação não ultrapassa os limites da nossa sala de jantar.

Havia campesinas que não conheciam as liminares. Elas não sabem o que é um hábeas corpus. Mas elas são engajadas, perseverantes e sabem o que é a vida sofrida. Elas deram um “grito de alerta” estão vivas e indignadas. Quando você se sente um palhaço? Assistindo a ação da Via Campesina ou aos depoimentos da CPI.



A questão não é se está certo ou errado e sim quem está lutando. Elas cometeram um crime, mas elas são maravilhosas e imprescindíveis. Dignas de admiração.







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