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| Poesias-->CARRINHO DE FEIRA -- 26/05/2002 - 10:53 (KARDO NAVALHA) |
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O carrinho
de feira,
da mulher do professor,
nem gasta suas rodas...
Nem visita
todas as gôndolas
ou tabuleiros
de um supermercado.
salário de professor
é anêmico
e minguado,
só traz dissabor...
O sonho de professor
nem é sonho
é pesadelo.
O carrinho de feira
da família do professor
nem sabe
o que é horta vou pomar...
A pedagogia do hoje
é o retrato da escola,
tem merenda...
tíquete e cesta basica...
Tudo
tem máscara
na feira de hoje
Foram-se despensas
e adegas...
não há mais dúzia,
tudo tem preço de quilo.
O salário
do professor
é malhado
por referência,
letras e...bônus...
O básico de hoje?
é ciclo e progressão...
Quanta creche
a empanar o professor...
O PROFESSOR?
é sempre livre
ao capricho
dos superiores
que as vezes nem tem
qualificação
pedagógica.
O professor,
nem pode fazer feira
numa livraria...
Não pode assinar
revistas ou jornais,
locar vídeos ou CDR...
Nem cursar graduações,
afinal
o salário do professor
é tão micho,
tão rídiculo
que o professor
é despojado
do próprio saber
no correr dos anos...
Na feira cultural
o professor
sente como os PCNs
malham o profissional
em busca de mostrar
que a escola
está na meia sola
e quem faz
a escola
é o aluno
e professor,
não o diretor...
Precisamos acordar...
a escola quer vida...
Nem no vídeo-game
temos uma cartilha
de alfabetização...
e o PNLD?
só em formato de papel...
Viva o professor
na visão
dos gestores:
um mestre em álibis.
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