V E N T O S
O vento forte, o mar ali em frente,
Romaria de gaivotas no horizonte... Eu fico,
Nas manhãs do teu rosto, tatuando o ventre
Do dia nesse infinito de um sol azeviche...
No azul aceso, com os olhos mudos ao espelho
O tempo cola e se precipita no teu fetiche
Reinventando a paixão nesse mar de desejos
Onde, o encantamento faz o correr dos riscos...
Amada, ser mais do que um vôo de tentações!
Pelo mapa do coração, o continente proibido
É mais uma leitura, que faz as estações
Pelo aceno da primavera nesse meu exílio...
Compartilhar do teu ser... Multiplicar os motivos,
E nas tensões do amor, embriagar-me na fragrância da tua essência!
Bem sei... O meu céu é de cimento, debruçado na distância,
Cheio de augúrios, mas, procura em ti, os novos ventos...
Nhca
Abr/02
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