Emprestar-nos às estrelas
O céu rasga-se.
No vão do rasgo,
a terra.
Rasgo-me,
no rasgar-me,
tê-la.
Sonhando-a,
rasgo a distâncias
dos vergões
que o silêncio entre nós
soletra.
Rasgo-me,
Rasga-se,
nossas mãos entrelaçadas
rasgam este silêncio.
Um diálogo
de desejos mudos...
Tez a tez,
os corpos voam.
As estrelas cantam conosco.
Rasgamo-nos:
Eu em você,
você em mim.
Silêncio prazer.
O céu rasga-se.
No rasgo, às estrelas, emprestamo-nos
Nós nos rasgamos.
Absoluto silêncio...
Uma sólida presença de nós na terra,
comprava nossa passagem.
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