Uma das coisas que mais me fascinam na vida é a natureza.Desde que me entendo
por gente sempre tive a natureza como parte da minha caixa de brinquedos.Pedras,
árvores, gravetos, poças d´água e até os insetos faziam parte das minhas
brincadeiras
O relacionamento entre seres humanos e a natureza sempre foi muito
desequilibrado, transitando entre os opostos da contemplação e êxtase e o desejo
de dominação e controle.A raça humana ás vezes se parece tanto com um menino ou
menina mimados que acham que podem tudo.Sempre exploramos os bens naturais sem
limites e sem pensar nas conseqüências disso.
A beleza da natureza e seus elementos (terra, ar, fogo e água) provocam
deslumbramentos através de paisagens e panoramas, os animais despertam ternura
no nosso coração, porém a fúria da natureza nos causa muito medo.A natureza dá a
vida, mas também pode tirá-la.
O universo selvagem guarda em si ensinamentos para nós homens primatas e
capitalistas selvagens.Diz a fábula:
“Estavam o lobo e o cordeiro a beber água na beira de um riacho, quando o lobo
assim falou para o cordeiro: Por que sujas a água que estou bebendo?.Retrucou o
cordeiro:Como posso sujar a água que o senhor está bebendo se sou eu que estou
abaixo na correnteza? A água passa primeiro pelo senhor e depois chega em mim.O
lobo não contente com tais evidências e disse: Sim, de fato.Mas você sujou a
minha água no ano passado.Respondeu o cordeiro: Como posso ter feito isso se
tenho apenas seis meses de vida? Não havia nascido no ano passado.O lobo
arreganhou os dentes e gritou: Se não foi você foi seu pai”...E devorou o
cordeiro.Na sociedade onde vivemos há lobos e cordeiros e é impossível evitar
que os lobos devorem os cordeiros, é regra da natureza.Muitas vezes os lobos são
espertos e se disfarçam de cordeiros para parecerem inofensivos e devorá-los.Os
cordeiros são ingênuos e nunca percebem isso ou quando percebem já é tarde
demais e estão na boca do lobo sendo comidos.
Na minha infância meus brinquedos prediletos eram as formigas.Passava horas e
horas observando-as com toda paciência do mundo.Cheguei a ter uma colônia
primeiro no jardim de casa e depois dentro de uma garrafa que ficava no meu armário.Essa colônia escapou e fez morada nas minhas roupas, minha mamãe Elza
ficou fula da vida comigo.
A segunda colônia durou muitos meses, carregava ela pra baixo e pra cima.Eram
uma espécie de formigas carnívoras e que tem grandes presas.Eram pretas e
grandes.Foram meses tentando capturar a rainha e quando conseguia havia
realizado meu sonho.Pelo vidro da garrafa eu observava a rotina delas, até que
um dia eu as devolvi a natureza e senti que elas ficaram felizes por isso,
acabou ali minha vida de formiga.
Eu até fiz alguns semestres de agronomia (ciências da terra) por conta dessa