Boletim de comunicação interna * Editado por Fernando A.B. Zocca * Rua Napoleão Laureano, 186
Piracicaba, 30 de março de 2006
PROJETO PREVÊ LIMITAÇÃO DE FACILITADORES DE CRIMES
Tramita na Câmara Municipal de Piracicaba um projeto de lei, de autoria do vereador Cabo Ferreira (PL), que tem por objetivo a dificultação da ocorrência de crimes violentos cujos agentes fazem uso de bebidas alcoólicas ingeridas nos bares, botecos e botequins depois das 22h.
O projeto é inspirado num similar aprovado pela Câmara Municipal de Diadema em 2004. Naquele município, depois do inicio da vigência da norma, órgãos da segurança pública observaram um decréscimo de até 70% no acontecimento dos atos ilícitos.
O autor do texto é Cabo da Polícia Militar e trabalhou durante 20 anos na atividade que lhe mostrou ser a ingesta de bebidas alcoólicas uma variável importantíssima no cometimento de crimes contra a vida, o patrimônio e as desgraças freqüentes no trânsito.
Em Piracicaba, no ano passado, foram registrados 45 homicídios. Eles talvez pudessem ter sido evitados caso as variáveis componentes e atuantes no ilícito fossem modificadas.
Outro aspecto ressaltado pelo autor do texto é a ocupação por 4, 5 ou mais horas do destacamento policial designado para atender a ocorrência. Esse fator desguarnece todos os demais setores da sociedade sob proteção da polícia.
O delegado da Delegacia Seccional de Polícia de Piracicaba, dr. Luiz Henrique Zago é favorável ao projeto. Ele diz: "Sou favorável porque evitaria mais casos de homicídio, lesão corporal, tráfico de entorpecentes e outros tipos de violência. Na verdade são necessárias pequenas ações pontuais de segurança para somarmos os resultados, mas a população às vezes, se recusa a participar, por isso é preciso conscientizá-la."
PROSTITUIÇÃO NO CENTRO É PROBLEMA
A prostituição nas ruas centrais da cidade tem chamado a atenção das autoridades responsáveis pela repressão.
Quando cai a noite adolescentes, adultos e jovens ocupam a área central formada pelas ruas Benjamin Constant, Floriano Peixoto e Governador Pedro de Toledo, onde se dedicam à prostituição, e tráfico de drogas.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, órgão que faz cerca de 60 atendimentos mensais a meninos e meninas entre 11 e 14 anos, é comandada por Maria Angélica Guercio.
As crianças entregues ao crime contra os costumes são originárias de famílias desestruturadas e não raro, sofreram violências morais, físicas e sexuais.
Uma jovem de 18 anos, explorada sexualmente desde os 12 conta o seguinte: "Quando meu pai era vivo eu não levava essa vida. Mas depois minha mãe arranjou um homem mais novo, eu fiquei muito revoltada e comecei a ficar na rua. "
Ela tem 10 irmãos que não sabem que ela se prostitui. Mas a mãe sabe o que ela faz e lhe pede para não ir ao centro. Eliana (nome fictício para preservar a identidade da adolescente) teve sua primeira relação aos 12 anos e logo depois entregou-se completamente ao comércio mais antigo do mundo.
Ela faz ponto na rua Governador Pedro de Toledo e na Benjamim Constant.
Quando começou Eliana ainda morava com a mãe no Tatuapé. A mãe foi embora com outro homem e hoje ela mora com 5 dos 10 irmãos no Jardim Oriente.
Ela confessa que se mantém com o dinheiro recebido no comércio carnal. Ela diz que só está na rua porque gosta.
