O quero-quero se deita
em um gramado solar.
Eu, neste escuro, só quero
a luz dos teu negro olhar.
O quero-quero diz coisas
que nem um pouco as entendo.
Só sei que quero saber
das coisas que estás fazendo.
Vejo que a ave se encontra
cuidando o ninho com zelo.
E eu, sem ninho, só quero
me perder nos teus cabelos.
Canta, alto, o quero-quero
neste jardim sem sentido.
E eu... só quero cantar
baixinho... no teu ouvido.
Quero... quero um grande abraço
nesta manhã. Que aconteça
um cheiro, um toque ou talvez
algo além do que mereça!
(2000)
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