---- Os despojos do suicídio são horrívelmente tétricos e só revelam o patamar imediatamente inferior à animalidade.
---- Aqui na Usina, é deveras o meu primeiro conto, entre alguns quantos que já publiquei noutras paragens e até consegui colocar em cena, quer no palco, quer em discografia, condensados em versos vertidos e musicados para Fado e Canção. Nuno de Aguiar foi e é, ao longo de quarenta anos de sólida e indestrutível amizade, o mais regular e brilhante intérprete das minhas criações.
---- Trago-vos a história ficcionada de António Terra, um exemplo inequívoco de humanidade inédita, pelo exuberante anti-exibicionismo que o seu personagem irá conter: importando-se em não perturbar a moral de quem quer que fosse, silenciou-se sem erro ou omissão na treva incontornável do silêncio definitivo. Todavia, como no fim se constatará, o mistério da predação universal nem na morte lhe deixou os despojos mortais em paz.
---- Nomes, locais e peripécias não têm a mínima relação com casos factuais, nem tão pouco intenciono que sirvam de paradigma real. Se der filme, novela, peça teatral, canção ou até texto pedagógico, evidentemente que por isso muito congratularei. Seria mais um filho literário a servir de pontinho referencial na fantástica senda do raciocínio.
---- Contem pois próximamente e em breve com a publicação sucessiva de "Preparação", "Execução" e "Consumação" de "SUICÍDIO LIMPINHO", uma saga irónicamente nítida ao funesto hábito do suicídio e àqueles que pretendem cometê-lo sem se importarem de mais nada.
------------------ Torre da Guia ---------------- |