NA DOCE TARDE,
ONDE O CÉU QUASE ADORMECE.
UM VÔO DECOLA AO INFINITO,
RASGANDO NUVENS DE HORIZONTES.
O ARCO-ÍRIS FECHA SUAS CORTINAS MULTICORES,
EM SILÊNCIOS QUE REFLETEM TERRA
E ESPELHAM METAMORFOSES,
NA ÂNSIA DE CIVILIDADE E PACIFICAÇÃO PERENE.
A AVE, AINDE SEM NOME,
SOBREVOA O PENSAMENTO-MAJESTADE
PARA DESVENDAR MISTÉRIOS.
ASSUSTA-SE COM A PEQUENEZ DA CONSCIÊNCIA RASANTE,
MAS, QUANDO A VIDA ABRE SUAS INFINITAS JANELAS,
A LUA SORRIR PARA ESCURIDÃO.
A GAIVOTA CONTEMPLA A MANHÃ VINDOURA
E EM SUBLIME DESCOBERTA CANTA:
É UM LIRA,
A LIDA,
OS ANJOS DANÇAM NO UNIVERSO,
EM VERSO.
A OUSADIA DE SER CRIATURA
PURA
É UM DOM CELESTE,
EM VESTE.
INSISTA,
INVISTA ATÉ NO HOMEM
QUE NÃO ATINGIU
O AZUL DIVINAL.
NÃO HÁ DIFERENÇA(-)
EM SER IGUAL(=).
E ESSA GAIVOTA,
QUE DECANTA O ARREBOL DO DESTINO,
NO ÍNTIMO,
É MAIS UM MENINO,
QUERENDO ESCALAR FERNÃOS.
*ESTE POEMA DE GORETTI DI MOURA FOI O VENCEDOR DA XII NOITE DA POESIA E ESTÁ NO LIVRO ASAS DO ÊXTASE.
A AUTORA É A PROPONENTE DE CANTANDO A POESIA, UM PROJETO QUE INCENTIVA A LEITURA, ESCRITA E DESCOBERTA DE NOVOS VALORES LITERÁRIOS. TRAZ UM LADO INOVADOR, POIS TORNA CADA VEZ MAIS MUSICAL A POESIA, CANTANDO SEUS POEMAS, JUNTAMENTO COM O MÚSICO RUBÊNIO MARCELO. TEM DISPONIBILIDADE TOTAL. |
