Estarei equivocado ao dar força aos meus desejos?
Quando não há satisfação renasce a tristeza,
Os olhos úmidos denunciam a situação insustentável,
Que vem se alimentando de restos oníricos,
Por tempo demais...
Um dia, um sonho, a música se torna áspera.
Flerto com a divindade do prazer,
E esqueço que ele é passageiro.
O hedonismo é uma droga muito potente,
Que vicia facilmente.
Mas não, não me entregarei desta forma tão covarde.
Mesmo tendo sido saqueado de muitas das minhas realezas,
Não conseguiram arrancar de mim a mais bela de todas,
A única que é eterna em sua efemeridade.
Ainda sou rico o bastante para sorrir e viver.
Em alguns momentos de cansaço, me distraio.
Não percebo olhos vingativos e maus a minha espreita.
Tenho soluções que sei que não são as corretas,
Mas, mesmo assim, tenho esperança,
De que elas me tragam alguma felicidade.
Estarei equivocado ao querer dar vida aos meus sonhos?
Algum tempo já se passou desde a descoberta da verdade,
Dias se transformaram em meses. Meses, em anos,
E eis que surge, entre tantos mares de dificuldades,
Uma ilha onde posso descansar das minhas cruzadas.
Tenho planos, e os conquistarei.
Agora percebo que a minha vida é importante,
Não posso desperdiça-la com rumores.
Sou um soldado, sou um guerreiro, sou um líder,
E nos meus exércitos quem manda sou eu.
Não, não estou cometendo erro algum.
Meus desejos têm de serem alimentados com segurança.
Meus sonhos, construídos firmemente no meu coração,
Que não é mais de areia.
Tenho sentimentos. E devo honrá-los com a minha própria vida.
As coisas são assim. As situações existem,
E devem ser criadas e resolvidas,
De acordo com o meu desejo.
Sou quem tenho de ser.
E tenho orgulho disto...
EM 1998, DURANTE UMA CRISE QUE SE MOSTROU COMO UM MOMENTO DE SABEDORIA... |