Matéria publicada no Jornal de Piraccaba de 8/4/06
mostra que a população da cidade não esta nem ai com o legislativo
87,5% da população nunca usou Câmara
Índice está em pesquisa de opinião pública encomendada pela Mesa Diretora da Câmara
Levantamento custou R$ 6 mil e deve ser feito anualmente
Pesquisa de opinião encomendada pela Mesa Diretora da Câmara de Vereadores mostra que 87,5% da população nunca usou os serviços do Legislativo piracicabano. O levantamento feito pelo Instituto Data/Eco entre 600 piracicabanos também mostra que o atendimento recebido é considerado deficitário. A pesquisa custou R$ 6 mil ao cofres públicos e deve ser repetida anualmente.
Somente 12,5% dos pesquisados afirmou já ter utilizado algum serviço da Casa e desses 44% avaliaram como péssimo, ruim e regular o atendimento recebido. As pessoas que responderam que o serviço prestado é péssimo listaram como principais motivos a falta de atenção dos responsáveis, o mal atendimento e o excesso de burocracia.
O atendimento também é apontado como ruim quando 1,17% dos entrevistados respondeu que o ponto mais fraco da Câmara é a falta de contato dos vereadores com os bairros. A sugestão mais citada para melhora da Casa, com 3,83% das respostas, é a melhora no atendimento ao público/ser mais aberto.
Para o presidente da Câmara, Gustavo Herrmann (PSB) o resultado da pesquisa é preocupante. “Além da população não saber qual é a função do Legislativo, não sabe como utilizar os seus serviços.”
Gustavo disse que o atendimento é mal avaliado porque a maioria das pessoas vê o Legislativo como assistencialista. “A população vem aos gabinetes para pedir, e na maioria dos casos o vereador não consegue resolver os problemas de todos. Recebemos pedidos dos mais variados como remédios e empregos.”
O presidente disse que está implantando na cidade e na Casa medidas para aumentar a conscientização dos eleitores. “A maioria nem lembra em quem votou para vereador e ainda confundem o Executivo com o Legislativo”, disse Gustavo.
Os índices da pesquisa também mostraram o desconhecimento citado por Gustavo. Como ponto mais forte da Câmara, 1,33% respondeu ajuda às pessoas e 0,67% construção de casas populares. Quando questionados sobre algum projeto em andamento na Casa, 1,5% indicaram a reforma da ponte do Lar dos Velhinhos, obra que está sendo executada pela prefeitura.
A pesquisa foi feita com 600 pessoas entre a terceira e a quarta semana de janeiro deste ano. As respostas foram expontâneas e as entrevistas feitas nas residências em 37 bairros da cidade. A margem de erro é de 4% para mais ou para menos.
Entre os entrevistados, foram escolhidos metade de cada sexo, com faixa etária de 16 a 60 anos ou mais. A maioria (50,83%) tem ensino fundamental, seguida de ensino médio (37,67%), superior (10,5%) e analfabeto (1%).
A renda familiar vai de até R$ 900 (44,17%), passando por de R$ 901 a R$ 1.800 (33%) a mais de R$ 1.800 (22,83%).
Para aproximar a Câmara da população, foi criado o programa Educação Popular: Sociedade Civil e o Poder Legislativo. O objetivo é promover por meio de plenárias em bairros da cidade, a capacitação da população e de membros da sociedade civil organizada sobre participação popular, cidadania e a função do Poder Legislativo. A expectativa dos organizadores é atingir 500 pessoas até o final do ano. O projeto é feito em parceria com o Núcleo de Estudos e Programas em Educação Popular (Nepep), da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e vai custar R$ 64,4 mil ao ano para a Câmara .