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Contos-->Gênese -- 20/05/2000 - 04:13 (Gerson Espindola serpa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
GÊNESE


(E o homem criou Deus a sua ima-gem e semelhança: antropomórfico, inclemente, punitivo, rancoroso....)

Há milhões de anos atrás, no início dos tempos, Deus, acometido por supremo tédio e infinita falta do que fazer, criou o universo. Admitindo Sua suprema inutilidade, criou Ele o mundo e tudo o que nele existe. Inclusive a fome, a guerra, a dor e o diabo; não obstante constituir-se ilógico engendrar-se o Mal do Bem.
Tão mortificado encontrava-se pelas trevas, uma vez que estas já existiam, que resolvera fazer a luz. E depois criou o mar, a terra e tudo o mais. No sétimo dia, o Todo-Poderoso, que não era tão Todo-Poderoso assim, repousou porque nem Ele era de ferro.
Criou também os dinossauros mas, caceteando-se rapidamente destes, resolveu destruí-los e ocupar-se de assuntos mais aprazíveis.
Por último e não menos importante, criou o homem; uma espécie de marionetes que deveria seguir seus comandos tácitos. Entretanto, para não incorrer nos mesmos er-ros que cometera ao criar os dinossauros, dotou o homem de livre-arbítrio. Um livre-arbítrio que não era tão livre nem, muito menos, arbítrio; uma vez que se o homem o exercesse seria infinitamente castigado.
Ao primeiro homem, Deus chamou Adão e, em Sua infinita bondade e onisciên-cia, colocou logo ali, ao alcance de suas mãos a árvore proibida, a árvore cujo fruto ja-mais deveria comer. Semelhantemente ao pai que, deixando seu filho faminto próximo a belas e suculentas maçãs de uma mercearia, impõe-lhe que ali não mexa, retira-se de cena e aguarda, com obscura expectativa, o desfecho do ato.
Impulsionada por sua necessidade e curiosidade natural, obviamente a criança pecará e, assim, Adão se condenou. Não só a ele, mas a toda sua descendência. Dado o infinito orgulho ferido de Nosso Criador; a punição de Eva, de Adão, da serpente ou dos três representavam uma pena por demais reduzida para o Nosso Cheio de Graça Juiz. Desta forma fomos todos condenados, pelo Nosso Clemente Senhor, a pagar, por toda a eternidade, pelos delitos de Adão. Desta forma cometemos o pecado capital. Desta for-ma sofremos a queda inicial; fonte de todos os nosso males... Maldito seja Adão!
Mas inesperadamente, o plano divino degenera em pastelão. O homem, em sua infinita infinitude, vê-se condenado a sofrer de toda sorte de mal que ele próprio criou – ou não – com a queda inicial. Não há como se redimir deste erro inenarrável. Deus se vê na impossibilidade de dar prosseguimento aos seus desígnios lúdicos. Incorrera – questi-ona-se Ele secretamente - nos desdobramentos dos erros cometidos com os dinossauros?
A solução só seria encontrada através da encarnação do Verbo de Deus. Dada a insignificância do homem no plano divino e em conseqüência de um erro introduzido por Ele próprio, somente Deus será capaz de perdoar a Si próprio. Meio Ilógico? Vá lá entender-se os desígnios de Deus e, ademais, para dar prosseguimento aos Seus planos litúrgicos era necessário a redenção pela cruz: já tentara a eliminação de duas cidades, a submersão do mundo sob as águas, pragas e outros bichos mais. Fazia-se necessário ago-ra, saciar-se com sangue o Deus dos cristãos. Tudo sem sucesso e extremamente tedio-so...
E hoje quando Deus, cansado de Seus marionetes, vira seus olhos onipresentes para outros lados do universo a procura de algo melhor para fazer, os homens atônitos procuram, por todas os lugares, algo ou alguém que lhes empunhem os cordões frouxos.
Gerson Espindola Serpa
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