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Contos-->SHOW DA GUERRA IV (um legado contemporâneo) -- 10/04/2002 - 12:25 (Edio de oliveira junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era uma estrada deserta no meio do nada
Um pôr-do-sol vermelho, empoeirado.
Plantas queimadas de uma vegetação rasteira
À beira da estrada impregnadas de areia e silêncio...
Era o fim de uma guerra horrível!

Eu caminhava, era o único sobrevivente!
Nada mais se vangloriava ou existia, a não ser na lembrança.
Tantas coisas grandiosas, tantos seres ilustres, tantos sonhos...
Tudo, tudo caminhara à um destino derradeiro!
Guerra! Foi a guerra da ciência, dos filósofos
Da lágrima perdida.
Deus ainda se esconde atrás do firmamento
Comendo a ceia celestial-matinal,
Enquanto os homens, sem restos ou rastros
Partiram sem o sabor da despedida...

Sinto um cheiro de Dezembro,
Um ar de renovação em tudo!
O deserto me trouxe um certo conforto,
Eu sempre gostei do silêncio dos mortos...
A noite vem não mais para saudar o sono,
Mas para cobrir de paz a tristeza de um planeta vazio...
Foi a guerra de ignorância humana!
Perdemos ar rédeas e o controle.

A noite cai por completo!
O universo não cessa seu mecanismo intocável.
Em algum outro canto deste labirinto estrelado
Algo como seres humanos vão saindo de algo como cavernas,
Vão desenvolvendo técnicas de luta, técnicas bélicas
E fazendo guerras primárias!
(é o princípio básico da evolução e da existência)

Aqui eu vejo uma chance desperdiçada!
Deus nos deu o livre arbítrio e optamos por nossa destruição!
Ainda me resta um fio de agradecimento
Por ser eu um legado vivo do caos e da vergonha.

A noite tem um cheiro estranho!
É o cheiro de todos pensamentos perdidos
de todas invenções desperdiçadas
De todas glórias esquecidas,
De todas lágrimas choradas
De todas estratégias concebidas
De todas bombas dispersadas...
Eu olho à minha frente
Vejo um vão de esquecimento e de dor!
Choro, não pela solidão, mas pela intolerância...
Me ponho a caminhar pelo mundo que agora só a mim pertence.

E tudo são quilômetros de nada! Tudo é um desperdício imensurável,
Nossa história não passou de um baú vazio,
Tudo de nós não passou de uma farsa...

Mas ao me distanciar por um segundo
Senti vir à minha direção um som longínquo iluminando a noite escura!
“Não estou só!!!”
De fato era verdade! Não estava...
Pude perceber que em minha direção vinha uma
Imensa carruagem negra
Que era seguida por um pequeno e seleto grupo de pessoas
Que também se salvaram da fúria da guerra!

E no ponto mais alto da carruagem pude ver, além dos homens,
Um senhor de cabelos grisalhos que se expressava através
De uma dança...
“Era ele!!!”
“Era NIETZSCHE...”
Que havia saído da terra,
E que pulava, cantava e gritava para o vão do infinito:
“MORRAM TODOS, SOMENTE OS LOUCOS SERÃO SALVOS!”
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