Coroné tire seus zóios
De riba da minha brusa
Que eu fico encabulada
Assim o sinhô abusa
O meu rosto pega fogo
Tô assuntando seu jogo
Mas ainda tô confusa.
Óia meus bicos de peito
Tá querendo sartá fora
Já ficaram arripiados
É mais mió cê imbora
Já tô ficando lesada
C’a sua barraca armada
Tua carça logo instora
Coroné num faça isso
Não venha segurá neu
Se ponhá a mão nimim
Eu grito que cê bebeu
Esse ôi de peixe morto
Fica óiando meu porto
Tá querendo comer eu.
Deixa disso coroné
O sinhô tá me apertando
E o mastro do teu circo
Tá aqui me pressionando
Um calor tá me subindo
Uma coisa eu tô sentindo
Já não tô me agüentando.
O sinhô tirou sua roupa
E me deixou peladinha
O coroné é atrevido
Vou contar pra madrinha
Fica chupando meu peito
Me deixando desse jeito
Totalmente molhadinha.
Não me deite nesse mato
Nem venha muntar nimim
Não abra as minhas pernas
Porque cê é teimoso assim
Pára cum esse sacolejo
Deixa de dá tanto beijo
O sinhô que vê meu fim.
O que o coroné num sabe
É que sou chave de cadeia
Vai ter que me sustentá
Ou a coisa vai ficá feia
Agora sou sua manteúda
É o preço preu ficar muda
Pra quem come fia alheia.