Gostaria de possuir um amigo, que me oferecesse uma amizade sincera, velada e
espontânea, a servir-me de abrigo na tempestade de meus sonoros conflitos.
Que empreste seu colo a servir-me de travesseiro, para repousar minhas
angústias e devaneios.
Que escute me ouvindo e fale se calando. Pode até me dizer verdades, mas que
seja na mansidão das palavras.
Que sorria quando eu sorrir, mas não se esconda e não chore se eu chorar.
Que me aqueça de calor humano, e a sua atenção, seja um bálsamo às minhas
convulsões de insignificantes aflições.
Pode até me sangrar as feridas, mas saiba cicatrizá-las com benevolência e
extremo carinho.
Que caminhe ao meu lado, sem falar, reclamar ou questionar e, sendo assim,
não me julgue ou indique as suas sábias soluções, e também não exponha a
inocência da minha intenção, e depois, possa arar meus pensamentos, semeando
sua serenidade e compreensão.
Goastaria de possuir um amigo que me desse liberdade de expressão.
Que me deixasse se afogar em um copo de whisky ou no próximo cigarro, e
quando eu parar de respirar emoções, somente me estenda a sua mão,
entrelaçando seu coração ao meu.
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