136 usuários online |
| |
|
Poesias-->CAVERNA DE CARNE -- 03/06/2002 - 16:40 (Maria Angela Alvares Cacioli) |
|
|
| |
Sou o sangue pulsante
apertado numa veia curta
de vermelho quente
Sou o ar convergente
para pulmões claustrofóbicos
preso desesperadamente
Sou a linfa fremente
serpenteando em galerias profundas
gritando freneticamente
Sou olhos lacrimejantes
de estalactites cristalinas
gotejando pacientemente
Sou um coração ardente
encerrado numa gruta gélida
de azul transparente
Sou um homem coerente
sou um ser consciente
acorrentado
limitado
sufocado
Abro as janelas de minha casa
mas não consigo romper
o lacre do meu próprio eu
Choro um choro plangente
para ouvidos moucos
Grito
Preciso me libertar
Preciso deixar
o sangue aflorar
o ar sair
a linfa correr
os olhos sorrir
o coração amar
|
|