É necessário, e urgente, ter-se um pouco mais de cuidado, ao escrever.
Não me pronuncio aqui sobre analfabetismo, ou instrução acadêmica. Faço, apenas, uma referência ao uso simples e correto da linguagem, como forma de comunicação segura.
É através da língua que se adquire qualquer tipo de cultura, que balbuciamos as primeiras palavras e conseguimos comunicar nossas emoções de toda espécie.
Por isso, afirmo que é muito sério saber lidar com ela, pelo menos na sua forma mais corriqueira: saber formar frases, usando adequadamente a pontuação, alguns princípios básicos de ortografia e aplicá-los àquilo que se quer comunicar... Coisa que qualquer pessoa alfabetizada pode e deve fazer. Tento ilustrar o que digo com exemplos simples, que bem podem demonstrar o que desejo transmitir.
As vezes, um simples sinal gráfico muda toda a mensagem do texto.
Por exemplo:
Um acento mal colocado, ou a ausência dele...
Verifiquem a mensagem(1):
"Cristo disse que nos AMÁSSEMOS uns aos outros" (vervo AMAR)
Suponhamos que se esqueça de acentuar o verbo:
"Cristo disse que nos AMASSEMOS uns aos outros"
(verbo AMASSAR) - mudaria totalmente a mensagem original.
Verifiquem a mensagem (2), variando a pontuação:
"Deixo meus bens ao meu sobrinho, não à minha irmã".
"Deixo meus bens a meu sobrinho? Não! À minha irmã."
"Onde tem poesia? Vinícius de Morais."
* Dá pra perceber que a poesia está no poeta Vinícius de Morais, pois o nome vem logo a seguir à pergunta.
"Onde tem poesia, Vinícius de Morais?"
* Percebe-se, claramente, que aqui foi feita uma pergunta ao poeta Vinícius de Morais e isso é definido pela vírgula..
Qualquer falha de pontuação pode definir, exatamente, o contrário do que se quer comunicar.
Doa a quem doer, sempre baterei nessa tecla. É preciso cultivar o idioma em que nascemos e que nos possibilita aprender e conseguir todas as coisas de que necessitamos.
Milene Arder
Oficina da Palava
"MINHA PÁTRIA É MINHA LÍNGUA"
(F. Pessoa)
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