PIRACICABA - O Ministério Público do Estado de São Paulo denunciou Valdecir Magno Branco Lopes, 30, por ter matado no dia 12 de dezembro de 2005 a mulher Sandra Fernandes Dias, 21, Monique Dias Lopes, de dois meses, e Ana Carolina Fernandes Dias, de quatro meses.
O crime ocorreu numa casa da rua Dublim, no Jardim Taiguara, região de Santa Terezinha. O assassino golpeou Sandra com uma faca, que lhe abriu o abdome, e decapitou as duas crianças.
Sandra Fernandes sofreu um corte profundo no ventre; as vísceras ficaram expostas. Seu corpo foi encontrado no banheiro da morada; ao lado do cadáver, jaziam as cabeças das crianças. Valdecir foi preso em flagrante no dia 12 de dezembro.
A polícia militar encontrou os corpos as 10h45 do dia 12 depois das chamadas dos vizinhos Francisco Bezerra da Costa e Lúcia Maria Lima da Costa que se preocuparam com a discussão do casal por volta da 0h30. "Ouvimos uma gritaria e resolvemos acionar a PM. Tivemos que ligar três vezes e quando os policiais chegaram, já estava tudo calmo e ninguém atendeu a porta."
Pela manhã Francisco Bezerra e a mulher Lucia Maria, desconfiaram da calmaria e chamaram novamente a polícia. Eles voltaram a casa e não foram atendidos; ligaram então para o dono do imóvel que compareceu à frente da residência.
A mãe de Valdecir Magno Branco Lopes, Doroty de Fátima Branco Lopes, 48, também foi localizada e permitiu a entrada dos PMs. O imóvel estava trancado por dentro; os policiais arrombaram uma janela e entraram. Encontraram Valdecir Lopes deitado num colchão estirado na sala. Seus pés, pernas e mãos estavam sujos de sangue. Perto dele encontraram os corpos decapitados das crianças.
Diante dos policiais Valdecir não se movia; levaram-no para o pronto-socorro da Vila Sônia. Ele foi atendido pelo doutor Irineu Geraldo Muniz que fez os exames clínicos. Segundo o médico a perda da consciência teria sido simulada.
O delegado de polícia Haroldo Fernando Amaral disse que em virtude da simulação e da consciência do crime praticado, foi solicitada a presença de um advogado que acompanhou a lavratura dos autos da prisão em flagrante.
O acusado possui um histórico com diversas internações psiquiátricas. Ele tomava Diazepam, um ansiolítico usado para tratamento do alcoolismo e ansiedade. Sua última internação foi na clínica Antônio Luiz Sayão de Araras.
A comoção dos vizinhos
Edilaine Regina Correr, 36, disse numa entrevista concedida ao Jornal de Piracicaba, que os vizinhos ficaram abalados com o crime. "A Carol era muito carinhosa, uma menina ativa e atenciosa" afirmou.
"Não acredito que ele tirou a vida das minhas netinhas e da minha nora. Ela era como uma filha para mim" contou a comerciante Doroty de Fátima Branco Lopes, mãe do acusado.
Eliete Fernandes Dias, 37, afirmou ser difícil acreditar no que aconteceu. Segundo ela o acusado usava drogas e bebia.
O médico psiquiatra Carlos Alberto Garcia afirmou ser provável que o acusado tivesse sofrido um surto psicótico.