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Discursos-->MENINO DE RUA. -- 10/11/2008 - 08:24 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MENINO DE RUA.
Ana Zélia

Menino de rua, de becos, sarjetas...
Menino só. A sós.
A rua é o teu lar.
Os outros meninos teus amigos.
Sim os outros meninos.
Porque só eles se unem na alegria e nas desgraças...

Os homens não são solidários, principalmente nas desgraças.
Se amigos eram, se tornam indiferentes.
Sem família, sem ninguém, só eles te entendem.
Acolhem-te.

Teu lar, tua cama são os bancos, os becos, as sarjetas...
A Sociedade que exige é a mesma que nada oferece a quem nada tem.
E pune e cobra e rotula sempre.
Um deslize e ela está presente.
Com a espada de THEMIS e com pulso forte, age.
Os reformatórios, as “FEBENS” da vida...
Sem piedade te lançam longe,
na boca dos lobos e ficam à espera do retorno.

Reformatórios... Quantos foram criados para reeducar?...
Quantos? Milhares em todo o mundo.
Os lobos, as víboras prontas a atacar conviverão contigo.

Esquecem de que criança é igual em qualquer lugar.
Não se distinguem. Entre elas inexiste o preconceito de raça, cor, credo.
São iguais.
Praticam as mesmas estripulias.
Desprovidas de malícia, maldades; características dos adultos que
junto à Sociedade só exigem, nada mais.
Pobres meninos de rua.

Onde buscas tanta ousadia? Força? Coragem?
Nos pulsos de Hércules? Nos cabelos de Sansão?
Ou nas colas de sapateiro que te leva por instantes a um mundo de ilusão.
Ou nos vícios que adquires no convívio com os adultos?
És presa fácil. Serves para tudo.
Da mula ao assassino cruel, frio e desumano.

Menino de rua! Com que ótica vês o mundo?
Pela realidade o mundo é negro, mal.
A Sociedade, as pessoas são péssimas.
A família. Ah! A família!...
O que és a esta Instituição falida ao teu mundo?
Comida de lixo? União de seres que se amam e que deveriam ser
preparados para te guiar os passos?
Não! A família inexiste.
Desconheces ao nascer.
É um “traste”. Uma “boca a mais”.

Menino de rua!
Num linguajar patriótico:
_ ÉS O FUTURO DO PAÍS!...
Porque é criança.

Triste futuro o teu...
Pobre menino de rua!...
Xxxxx
Publicado no jornal “A Crítica”, Manaus, 14/08/1989
Parte do livro Mulher! Conquista Fácil!... (Poesias e Crônicas) ed. UFAM/1996
Comentários: Depois de ter visto na rua principal de Manaus, Avenida Eduardo
Ribeiro, um grupo de meninos de rua, algemados e acorrentados, seguia como
Escravos, sob a mira das armas dos soldados da Polícia. Não me contive, como
radialista denunciei, a imprensa fez seu papel.
Resolvi entrevistá-los e em 1991,
Concorri com o poema AH! Se eu tivesse tido chance!(poesia encenada) era um cheira-cola em minha pele. 1º lugar. Não defendo as atitudes praticadas por muitos, mas, acredito que o esporte, a música, a arte em todos os bairros, seria a solução, emprego para os pais, assistência às famílias. Ana Zélia











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