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Artigos-->Ponto de saturação -- 30/05/2006 - 13:12 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A sociedade brasileira assiste desde o início de 2005 uma sucessão de erros políticos que comprometem algo bem maior do que as legendas de partidos importantes no cenário nacional como o PT e PSDB. A primeira pizza do ano foi o encerramento da CPI do Banestado, uma pedra no calcanhar de Fernando Henrique Cardoso e Lula, além de outros políticos.

A CPI do Banestado foi encerrada sem que a sociedade, que já não acredita em comissões parlamentares de inquérito tanto nas assembléias estaduais como na Câmara Federal, ficasse sem saber quem foi que permitiu o envio de mais de US$ 30 bilhões para o exterior sem maiores preocupações.

Um cidadão comum que deseje enviar alguns milhares de dólares vai encontrar muita dificuldade. Um fragmento do dinheiro voltou, pois empresários menores perceberam que era mais fácil explicar a origem do capital circulante do que enfrentar os fiscais do tesouro nacional.

O grosso da bilionária transação continua sem pai nem mãe.

Depois disso vieram sucessivos escândalos envolvendo empresas como os Correios, Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica, todos com indícios de participações de membros do governo atual e anteriores. A sociedade parou perplexa para admirar a capacidade dos homens públicos em fabricar escândalos e descrédito nas instituições.

Então veio à tona o mensalão, uma velha instituição através da qual os governantes em nível federal, estadual e municipal atravessam as piores crises. E muitos acharam que era coisa nova. Parte do povo que ainda pratica a ingenuidade como forma sadia de lazer.

José Dirceu e Roberto Jéferson foram punidos com a cassação de mandatos, muitas pizzas e a sociedade mais uma vez indignada.

No mês de maio de 2006 surgiu uma forma de reação do pior tipo, a insurgência do grupo conhecido como Primeiro Comando da Capital, uma organização criminosa cuja sede é o Estado de São Paulo, concorrendo com alguns membros da política nacional para ver quem é mais bandido.

Foi o ponto de saturação de uma sociedade que não acredita mais nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, manifestando-se da pior forma.

Os cientistas políticos sabem que o tipo de manifestação organizada pelos bandidos, estabelecendo um Estado paralelo, nada mais é do que o reflexo da falta de credibilidade das instituições.

Uma sociedade que atinge o ponto de saturação é o terreno ideal para golpes de estado, tanto para os grupos de direita quanto para os de esquerda, hoje pouco identificados no território brasileiro.

Certo analista latino afirmou que na América Espanhola o povo se manifesta através da formação de grupos de guerrilha. No Brasil seria através da marginalização e do crime organizado.

A sociedade política brasileira talvez nunca tenha ouvido falar em ponto de saturação. Aprende-se isso no ensino fundamental, normalmente explicado com sal e açúcar, o primeiro um tipo de conservante e o outro, fonte de energia.

A sociedade só tem conservado sua podridão e exposto falta de energia nas instituições, diluídas pela criminalidade.

O momento é de reflexão profunda. Alguns grupos atuantes no atual contexto são catalisadores de confusões. A esquerda radical e a direita de plantão espreitam a sociedade cambaleante, buscando o ponto de saturação.

*Publicado no site rondoniaovivo.com em 30/5/2006
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