A realidade
Tempo perdido, que esvai e não volta mais
Mudando rumos e destinos já traçados
Cartas marcadas de um baralho arcano
Jogadas ao vento, despejadas no além
O mundo ao redor, não para de girar
Gira, gira, como um grande ventilador
Dispersa esses males que arrebatam o ser
E os carros, nas ruas que não param de correr
Despejam a fumaça da sabedoria, a chaga de morrer
Transcorrer a realidade, sentir a sombra da eternidade
Enganar os dias, trapacear a noite, correr toda a tarde
E cada passo dado, um tic- tac nos braços
Somos maiores que os ponteiros, a pulseira
Para que contar? Temos adrenalina e mente
Não baterias. Não somos adereços.
Mas a loucura é um grande mistério
A sanidade, sim a maior chaga do homem
Como seria bom ser louco por um dia
Deixar de lado o todo o tempo, todo o tempo ruim
Sentir a natureza ao redor, deixar tudo que quiser da mente
Sair e tomar formas, fazer seu próprio mundo
Nascer, crescer e morrer, tudo pela vontade
Ser pelo ao menos um ser normal
Fazer da vida uma grande festa, um eterno carnaval.
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