Quando olho pro longe
Dele me sinto perto.
Afago com o coração
Os olhos que longe choram.
Que crueldade, o homem chora de fome.
Porém, dói mais ver seus rebentos
Que mostram nos olhos a inocência,
Não entendendo o porquê do sofrimento.
Dentro de seus olhos ainda consegue-se ver a esperança,
Consegue-se ver a alegria dolorida.
Estão misturados, a alegria da infância castigada, a fome
E uma centelha de esperança.
Seus grandes e assustados olhos brilham
Mostrando arregalados que querem viver.
Ainda são crianças,
Ainda conseguem sorrir,
Ainda que, em meio a gemidos,
Em sua infância faminta...
Conseguem dormir.
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