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Poesias-->Vista da 9 de Julho -- 06/06/2002 - 01:04 (Paula Valéria) |
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Vista da 9 de Julho
- alegoria, declínio e entulho –
Do alto dos prédios
do alto
da torre
do alto de tudo
da maioria da cidade
Vejo o incêndio
o corredor de ônibus
a menina brincando no quintal
o asfalto
os homens da eletricidade
pendurados nas escadas
como é no circo
Os carros passando
em pistas elevadas
sobrepostas propostas
em pistas opostas
com diferentes patamares
Recortes de quadrados
de janelas chapadas
cerradas e encerradas
emsimesmadas
Os ônibus lesmas
nos corredores
os odores de fedores
das fumaças de ácidos
modernos
O lero lero na banca de jornal
anuncia
mais um
e qualquer um
que passa olha mas num lê
E nem sempre leva
o jornal embrulhado
dividido ao meio
que nem pao amassado
A vida correeeee
Mas o trânsito é lento
É confuso
É nojento
É um espaço engessado
Impedindo o fluxo
dos ágeis,
daqueles que vão e vem
ao máximo
no mínimo
de tempo
E a polícia na esquina
força a barra
da limpeza na área,
Na vida que escoa
pelo bueiro
- menos na calçada
que é entulhada
de lixo -
de cartazes
de pessoas
que não sabem aonde vão
aonde estão
Querem apenas ser gente
Tentar existir
como ser
Pessoa
Vejo tudo
à distância
sem clemência
sem puljância
na ótica protegida
de uma janela de emergência
À distância da existência
que silenciosamente
cala e consente
como testemunha dormente
daquilo que na mente
ecoa.
Ótica multifocal
de um frame da vida.
Q soa.
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