Ainda não foi e não será possível calcular os prejuízos causados ao Brasil pela última invasão que mais de 500 membros do MLST fizeram à Câmara de Deputados. Algumas inferências já podem ser conhecidas:
Apenas 42 malfeitores do grupo foram identificados como responsáveis pela invasão, destruição e agressão efetuadas. Os demais não foram fichados e, portanto, apesar da brutalidade e gravidade dos atentados (à propriedade e à vida) continuam réus primários.
O MLST informou que, caso a malta não fosse liberada, invadiriam Brasília com 2.000 militantes (arruaceiros).
Em conversa recente com um aparentado filiado ao PT, quando lhe perguntei se a violência cometida não iria prejudicar a candidatura Lulla, ele me disse textualmente: "Não, a operação comandada pelo Maranhão era do conhecimento do PT e a informação que se precisava passar à sociedade era a de que ‘só Lulla pode controlar o grupo do MLST’. Sem ele, o País ficará ingovernável". E terminou: "Essa eleição está ganha. O PT está pensando na próxima. Você vai poder ver, no elenco de deputados petistas, que todos os que vocês, equivocadamente, chamaram de mensaleiros vão ter votações espetaculares, em especial o Genoino e o João Paulo Cunha".
Quando insisti na tese de que a ameaça no Congresso poderia prejudicar Lulla, ele afirmou: "Não. Os eleitores têm noção precisa de que o poder de Lulla, através dos movimentos sociais, que podem se armar a qualquer momento, é enorme. Já não há no Brasil, a não ser em parte da burguesia, nenhuma resistência ao projeto de Lulla para o País. As Forças Armadas hoje são democráticas e boa parte do oficialato vem de famílias de menor renda, não solidárias com a burguesia. Além do mais, o Movimento de 64 tirou dos militares a ilusão de que seriam mais sérios do que os civis no governo".
Terminou, enigmaticamente, dizendo: "Vamos ter muito mais de Lulla do que vocês imaginam."
(*) Presidente do Instituto Liberal
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