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Artigos-->A Pátria de chuteiras: Lulla chafurda na lama com alegria... -- 19/06/2006 - 09:32 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A PÁTRIA DE CHUTEIRAS



MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA (*)





A Internet é por excelência o território da liberdade de expressão. Naturalmente não faltam pessoas politicamente corretas, voltadas para pregações igualitárias, que costumam subestimar essa preciosa e revolucionária ferramenta moderna através da qual mentes interagem libertas de tempo e espaço, porque no Brasil ela não atinge a maior parte da sociedade. Nada mais incorreto. Mesmo porque, a tendência é a inclusão digital dos mais pobres. Assim como a televisão, o cinema, o celular, agora acessíveis para as camadas mais baixas, a Internet veio para ficar e para incluir cada vez mais gente.



Há também forte e incontestável dimensão política nesse fantástico meio de comunicação. Sem possibilidade de publicação em jornais de papel, sites e blogs permitem a divulgação de artigos e comentários. E através de listas de endereços, de grupos de discussão, de e-mails trocados, o mundo restrito das individualidades se expande e o pensamento é reciclado na aprendizagem mútua ou no fragor das discussões. A Internet é tão importante politicamente que é censurada em países como a China comunista, e mesmo entre nós já houve tentativas nesse sentido.



Na esfera virtual, portanto, se pode sentir o pulsar político de parte significativa da sociedade e, curiosamente, percebe-se na intensa troca de opiniões, sentimentos que pesquisas não traduzem. Assim, enquanto o candidato do PT à reeleição, o presidente Luiz Inácio, cresce cada vez mais nas pesquisas de intenção de voto, grande quantidade de internautas expressa revolta, indignação, perplexidade diante do que seria uma aberração política: o governo mais corrupto de nossa história está se dando bem e, aparentemente, com grandes chances de se perpetuar no poder juntamente com sua quadrilha. Triunfam os mensaleiros, os Zé Dirceus, os Delúbios, os Genoinos, os Marco Valérios, etc., todos impunes, muitos deles candidatos a cargos legislativos e sentindo-se com grandes chances de vitória. A boçalidade comanda o espetáculo circense dos discursos estapafúrdios. Vigora a hipocrisia das inaugurações de intenções. Avoluma-se a campanha daquele que não se diz candidato e ônibus lotados com eleitores das bolsas compra-voto vão comer sanduíche e bater palmas para pai Lula, o candidato de Hugo Chávez. Curvam-se o Legislativo e o Judiciário submetidos aos interesses do Executivo. Vigora a lei do cão dos chamados movimentos sociais, entre os quais também se destacam os companheiros do PCC e do Comando Vermelho. Mas nada segura o eterno candidato do PT que segue sem medo de ser feliz, porquanto montado em sua crença de que já faturou o segundo mandato. O primeiro foi só transição. No outro a chavização se completará com êxito total.



Pela Internet perpassa uma espécie de calafrio diante de tais descalabros. Intensifica-se a troca de mensagens. Um perigoso sentimento de desânimo contamina alguns para satisfação de petistas atentos ao que se passa nas emoções dos inconformados. A classe dominante petista percebe que as pessoas mais lúcidas se sentem impotentes diante das distorções que se vive. Elas sabem que não existem instituições que possam proteger a sociedade, pois o PT corrompeu todas. As oposições estão cuidando de seus interesses particulares e ainda não deram apoio mais efetivo a seu candidato. E nesse momento uma pátria de chuteiras parece indiferente ao destino que aguarda o Brasil. Entendemos muito de futebol. Somos xucros em política.



Inconformado com a situação o coordenador do blog Minuto Político, se despede. Não sei seu nome. Não Importa. Repassaram para mim seu desabafo. Ele traduz o pensamento possivelmente de milhões de brasileiros. Este homem se diz cansado diante da página mais negra de nossa história. Cansado de ser “um brasileiro consciente. Participativo. Preocupado com os destinos desse país”. E acrescenta, entre outras coisas:



“O povo se reúne aos milhares em praça pública para colocar com alegria frenética a pátria nas chuteiras da seleção, e se omite na hora de colocar o Brasil dentro de seu coração num momento em que a vergonha de ter um presidente bêbado, medíocre e conivente com toda sorte de sandices denigre uma instituição que deveria representar a galhardia do morrer pela pátria”.



O desabafo é forte, como forte é o sentimento que perpassa pela Internet. Petistas devem rir desse cansaço, da sensação de desamparo de tantos brasileiros dignos, da poeira de indivíduos que sem a união de suas forças em partidos de verdade ou em grupos de interesse para valer se sentem isolados e enfraquecidos. Mas se fosse eu o coordenador desse blog não o tirava do ar. Há mais gente atenta nesse admirável mundo novo da Internet do que pode imaginar a vã politicagem da quadrilha que ora nos governa. A pátria sem chuteiras também existe. Ela pode despertar em 3 de outubro.





(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.









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