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Poesias-->publicações e poesias - Bruno Calil -- 08/06/2002 - 12:52 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ANIVERSÁRIO DE ITABERAÍ

Anos de luta que esta cidade viveu. Dias de esperança. Noites de agonia. Vivia-se um clima tenso, a política era o ar que respirávamos.



Desde a fundação deste pequeno recanto de Goiás (antiga capital), esta foi uma região de homens dedicados à cultura. Com orgulho falo de Itaberaí, que em tupi­guarani significa Rio das Pedras Brilhantes.



Com uma história marcante, completa 126 anos de renhida luta. O progresso demorou a bater em sua porta, mas quando veio foi como uma explosão, asfalto praticamente em toda cidade, água tratada para suprir algumas décadas adiante, arborização, hospital regional, quase cinqüenta “pivôt central” e uma outra infinidade de benefícios. A vetusta cidade viveu dias de glória, representada por militantes políticos a nível federal e estadual. O povo politiza-se, forasteiros vinham de outras localidades para cá. Nos idos anos setenta viviam-se em pleno apogeu com as famosas festas do arroz chegando a produzir um milhão de sacas. Era festa, trabalho com um ingrediente peculiar dos itaberinos, coragem. Cresceu graças a seu povo lutador, não desmerecendo os alienígenas vindos de alhures, quiçá não tivera a mesma sorte. Temos sempre de lembrar as nossas raízes fincadas no campo, com o plantio de arroz, feijão e milho, sem esquecer dos nossos confinamentos e esta grande bacia leiteira. Os ventos sopram liberdade, felicidade e trabalho. Cidade promissora e humana, bem representada no magistério com professores ilustres e diletos. Com tudo isto é a certeza que o futuro será ainda melhor. Se um dia um filho seu quiser ir embora, pode com orgulho pedir que ele fique, pois, esta cidade centenária já foi palco de debates políticos, berço da cultura de homens, que fará em pouco tempo parte no cenário estadual e ou federal.



Itaberaí faz jus ao progresso, e em uníssono gritamos PARABÉNS. 9/11/1994.



PRIMÓRDIOS DE CURRALINHO

Quero parabenizar os autores e pesquisadores ANTÔNIO CÉSAR CALDAS PINHEIRO e ZANONI DE GOIAZ PINHEIRO, sobrinho e tio respectivamente sendo que o último deu-me um exemplar de sua obra “Tronco e Vergônteas”.



Um livro que narra os primórdios de Curralinho, depois Itaberaí, fonte de subsídios para os mais moços, para os estudantes de um modo geral. E até mesmo para os pesquisadores das nossas origens.



Uma obra de alto valor histórico, apresentada por nosso primo, o jornalista Jávier Godinho. Mergulhei de olhos abertos na leitura deste grande trabalho literário e conheci muitos parentes. Senti-me enaltecido, página após página.



Diversas passagens de nossa gente de ontem. Passado firme. Com este livro temos um presente valioso e com poder de alcance para analisar o nosso povo, as vergônteas do tronco de um passado verdadeiro para fazer de Itaberaí, terra de orgulho de seus filhos. Parabéns a vocês pesquisadores Antônio César e Zanoni, que dedicaram anos de estudos e pesquisas, desgastando-se fisicamente e financeiramente em busca de nossas raízes.



SAUDAÇÕES AO HOMEM DO CAMPO

20 de junho de 1984.



Publicado no Boletim Informativo do Lions Clube de Itaberaí, em outubro de 1984, no Jornal O Popular e Jornal Notícias de Itaberaí.; texto revisado pela ilustrada professora Maria das Graças de Morais.



A primeira festa da Integração Rural do Município de Itaberaí será uma promoção de entidades preocupadas com o descaminho do meio rural: Prefeitura Municipal, Sindicato Rural, uma união em prol do homem do campo.



Itaberaí será pioneira obtendo êxitos na integração social do meio rural e do meio urbano. A festa será amplamente divulgada pela rádio Record de São Paulo, Bandeirantes de São Paulo, Programa Globo Rural Canal 2, TV Brasil Central Canal 13, Rádio Difusora de Goiânia e o Jornal Notícias de Itaberaí que já extrapola os limites municipais.



Esta grandiosa festa promovida pela célula municipal tem o intuito de valorizar o homem bucólico. O pioneirismo desta administração será gravado na memória de todos aqueles que participaram ativamente da Integração Rural ao meio metropolitano.



A nossa cidade promove a evidência do homem campestre em favor do urbano de âmbito estritamente municipal, mas de abrangência da consciência nacionalista. Não só entidades municipais deveriam dar apoio ao pioneirismo de Itaberaí, mas as estaduais e federais, com isso solidificando a estrutura política, tradicional, econômica e cultural do País.



Hoje o homem do campo já está integrado não só à sociedade de seu meio, como também do urbano. De uma época determinada (prefiro não datar), houve o esvaziamento do campo. Não só pela mecanização, mas por uma política errada que desfavoreceu o roceiro e conseqüentemente trazendo os prejuízos já sabidos. A previdência urbana é mais atuante do que a rural que se intitula FUNRURAL, aposentadoria do homem do campo é de mais tempo de idade, o B.N.H, só favoreceu ao homem metropolitano ajudando com isso a explosão demográfica e não como alguns pensam acudindo aos desamparados.; tudo isso vem em desfavor ao homem do mato, que hoje ainda, em minoria, vê-se marginalizado. Com o esvaziamento do campo, ficando quase só os proprietários de pequenas e médias estâncias povoando estas áreas, mecanizando o possível e produzindo com o trabalho de um regime familiar. O governo coloca-se numa situação muito radicalista, pois, desestabiliza o homem do campo, ceifando subsídios à agricultura e outros desfavores. Quando se fala do Ministério do Trabalho, que cede um favoritismo exagerado ao empregado rural, esquecendo-se que sem empregador o primeiro estará nas perimetrais da miséria, como todos vêem os cinturões de pobreza que se estendem às margens das vias urbanas. Com isso o funcionário rural, já escasso por falta de necessário respaldo governamental para que estabilize no seu meio, tem só o Ministério do Trabalho que, certamente lhe dará ganho de causa. Então ele passa a reivindicar mais os seus direitos do trabalhar. Forma-se uma nova consciência, a de não trabalhar e exigir mais. O bom apoio do governo tem como única solução plantar menos, mecanizar o possível e dispensar mão de obra desqualificada e inverter a situação da agricultura para a pecuária.



A situação fica cada vez mais séria e este problema é de ordem nacional, os movimentos nacionais iniciam-se nas camadas inferiores até as superiores. Foi com esta linha de pensamento que Itaberaí entranhou com força e vontade na Integração Rural. Aqui, o povo de agora e o vindouro jamais esquecerá os efeitos benéficos desta festa em comemoração da integração do homem dos dois meios.



“Ex nunc” as relações do homem campestre serão sempre melhoradas com a do homem da cidade. Assim diz um pensamento de Benjamin Franklin, se as cidades se queimarem os campos a reconstruirão, porém se queimarem os campos as cidades não mais se reconstruirão.



O municipalismo itaberino está de parabéns, pois, conseguira anular os efeitos negativos dados ao homem do meio rural.



Itaberaí vê-se na obrigação de promover o homem campestre porque, salienta na produção do milho, arroz, feijão, conseqüentemente uma desenvolvida avicultura, suinocultura e a criação intensiva em pleno desenvolvimento e extensiva de gado vacum com uma grande produção de leite, o alimento da humanidade. O nosso rebanho já ultrapassa a barreira das cento e dez mil cabeças. Os êxitos obtidos em Itaberaí serão revertidos em promoções ao homem bucólico de outras células municipais a caminho do âmbito Federal, fortificando a nação e erradicando discrepâncias ao homem do meio natural, e só nos restando ainda felicitar o homem do campo com uma saudação.



VOTO E DEMOCRACIA

O momento é bastante coerente para se falar no direito de voto, que é uma maneira de exaltar a democracia.



As lutas no processo político para obtenção do voto da mulher, do analfabeto, são vitórias da democracia. A problemática nacional em relação ao voto já é antiga. O povo conquistou o direito do voto popular, livre e, por conseguinte universal. Toda nação volta-se para o momento político, fazendo as renovações com o exercício do voto.



São de grandes importâncias as eleições, primeiro por ser a conquista popular e o carimbo da democracia, a esperança dos oprimidos. A liberdade para optar pelo idealismo. O protesto das injustiças e aos atentados contra a paz e harmonia.



A arma do povo é a união, mostrando nas urnas a força da individualidade, o que somado um a um. A coletividade, portanto, tira seus proveitos com a escolha acertada. Entre os debates cada qual tenta mostra-se mais competente e merecedor de sua confiança e naturalmente de seu voto.



O voto e a democracia andam de mãos dadas, pois democracia só existe se houver o direito de voto.



ELEIÇÃO DIRETA

O povo aplaude e grita



O político continua falando



Em altos brados desdita



Seu rival que, é o Amando







Campanha por todo lado



Panfletos cartazes colantes



Elogios à voz do danado



Rádio, músicas auto falantes







Dia e noite tocam



Nos ranchões músicas caipiras



E políticos, dai arrancam



Alguns votos dos curupiras







Mentiras e promessas



Ou promessas mentirosas



O povo acredita nessas



Lorotas pavorosas







Vai chegando o fim



Rivais atacam-se mutuamente



O povo gosta aplaude Pasquim



Vermelho com raiva



O outro desmente







No dia da apuração, Amando



Chama seu opositor, Pasquim



E os dois comemoram quando



Alguém chega gritando



Empataram, é o fim...



SECA

Hoje já fim do mês de agosto



Tudo isto me traz



Um enorme desgosto.







O vento sopra e vem



Arrastando pelas paragens



E deixando sinais indeléveis.







Frio e poeira são



Hoje e para sempre



Neste planalto alegre



Inseparáveis num pacto.







As pastagens ressequidas



Perdem toda força alimentícia,



Árvores ficam nuas e os ipês florescem.







Alguns pássaros cantam tristes,



Desejando chuva



Outros nem cantam



Calados esperam a primavera.







O céu não tem aquele



Azul anil tão lindo



Resplandece nossa alma



É só fumaça e tristeza.







Assim ao leve sabor



Dos ventos, torvelinhos



Levantam barreiras de pós



Vai terminando o triste agosto.







UMA MEDITAÇÃO DE QUANDO EU ERA PROFETA

Os seres são iguais perante outro ser. As desigualdades são intelectuais, morais, econômicas “et cetera”.



Os psicossomáticos dos povos são, portanto, iguais perante outros povos. As diferenças foram estabelecidas pelos patamares culturais, econômicos primordialmente. Vi nesta enorme grei um amontoado de covardes que podiam estrondar o globo com suas engenhosas máquina de destruição das massas humanas.



Os governantes, porém, não são ou procederam da estirpe intelectual. São seres iguais e com conceitos adversos entre eles mesmos. Como uma massa homogênea não passa de povo, que mata e morre...



NOITE DE SERESTA

Nos campos nas noites frias e escuras, os animais noctâmbulos, desvirginam o breu silente com suas melodias peculiares. O grilo quase falante, desperta a triste coruja, que de um buraco de tatu sai para caça. Os pirilampos dão aos negros campos, um ar de esperança, pois, num instante de cadencia vemos a silhueta de uma paca que tritura nos dentes um caroço de tarumã.



O dia amanhece, e o negrume da madrugada fria esvai-se. Não sei para onde, mas não vejo a paca, o buraco de tatu fundo e negro, os grilos pululam pela relva, só que afônicos! A passarada de galho em galho gorjeia uma melodia. Ouvimos o toc-toc do pica-pau o fla-flar das asas ligeiras do beija flor e o arrulhar das asas brancas, que em bandos esvoaçam perto do manancial. Não muito longe ouço o cantar intermitente da seriema, e tudo não muito longe. Assim é a vida do campo. Cada voz é conhecida e damos por falta até do sabiá que mostra sua fidalguia nos pomares, onde perto de seus ninhos cantam doces canções.



Ao entardecer os bandos ou mesmo os eremitas procuram seus aconchegos de pernoites. Bandos de guachos singram o céu, lépidos os pardais nas cidades procuram os beirais das casas, enquanto os pássaros pretos procuram uma frondosa árvore, os anus preferem arbustos e os cipoais, outros as touças de taquara... Cada pássaro cada cantor do coro da floresta depois do ensaio do entardecer procura o seu ninho para dormir. Muitos se resguardam enquanto outros, sem lua, só breu saem de seu repouso diurno.



Na beira do brejo é noite de seresta quando o sapo dá o primeiro coaxar as gias respondem, as pererecas e até alguma cobra sibila, os grilos também acompanham o roc-rec das pererecas chamando chuva...



De repente ouço um estampido mais forte do que o provocado pelos noctívagos, então sei que é o caçador de pacas. Tudo se torna silêncio a não ser o eco longínquo do tiro que avisa aos inocentes que chegou o fim da seresta.



SONHO

Estala minha cabeça pendente



acima dos ombros baixos e fortes.



Sem entender ou meditar



são como as águas do mar



que vão e nunca mais voltam



num eterno balançar.







O homem estático cala balança



em seu trivial normal.



No acalento da madrugada



não encontra sua amada.



Desespera chora inconsciente.



Pensa eternamente.







Estala minh’alma,



clama a gélida mão



por um corpo macio e sedoso.



Apenas uma mulher.







Pensando amando e vibrando



sem ver e sentir a bela escultural fêmea,



que sonho e enlaço seus ombros calejados de dor



pela força do amor...



12/03/93







OBSERVAÇÃO

Mundo corre, corre sem parar. A evolução caminha célere sem respeito ou mesmo despeito. Uns dedicam a isto ou aquilo, mas tudo evolui ainda mais. Surpreende o homem com a própria máquina.



Existe um tumulto generalizado e os conceitos concebidos pelas gerações antecedentes declinam perante a evolução lépida. As normas do direito natural são transgredidas e os conceitos de vida destroem-se mutuamente, em cadeia abatem-se. Com tudo isto todos vivem, vezes outras satisfazendo o seu próprio ego ou não, vive-se, padece como outro qualquer.



Os incultos lideram mandam e desmandam, intelectuais batem em retirada e na retaguarda exigem paz. Apenas com um lenço branco.



23/12/94



A CHUVA





Cai a chuva mansa e fria.



Pela janela ouço o som



Destilando pela esguia



Calha, à água num só tom.







Límpida e pura



Como o véu claro.;



No seu rosto sem amargura



Triste e sem amparo!







Fina, lava as folhas,



As flores e ramos.;



As dores e nossas falhas.



As flores vingam e chamam vamos.







Num vai e vem



Grossa e ruidosa.;



Fina e fria vinda do além



Escancara escandalosa.



14/11/2000



AMOR ESCONDIDO





O princípio flores e promessas



Risos e afagos



Juras e pagas e nunca confessas



A verdade sobre a vida.







A vizinhança percebe



Comenta em tom de critica



Sofro como a plebe



Sem fome e vontade







Carinhos e afagos



Beijos e carícias mil



Prevejo o futuro como os magos



A dor latente é sofreguidão







Dos dias que não passam



Das noites infindas



Da lassidão que nos amordaçam



Inerte caminha para a morte.







Enfadonha torna-se a sorte.



Bela e inteligente



Não é da gente e solerte



Tenta levar o relacionamento.







Os cabelos negros reluzem



Com a tintura cara



Ama e beija e nos reduzem



Ao amargo companheiro.







Flores e amores, efêmeros.;



Como o vento do norte



Vagam quentes e ligeiros



Assim é o amor escondido.



13/11/1988



O SONHO DE ONTEM

Amo a vida e não temo a morte



Viajo sempre e tenho sorte



Assim são meus dias



Cheios e laboriosos.







Enfrento a vida de pé



Trabalho e inicio pelo sopé



Crio a estrutura e a verdade



Sem técnica nova.







Acredito na pesquisa



Vivo ao relento da brisa



Na ternura do cantar da criança



No agitar das asas ligeiras da borboleta.







O sonho simples e puro



Como o valioso ouro



Assim é a liberdade que me rodeia



No silêncio mudo.







Fui amordaçado



Fui amaldiçoado



Acordei de um sobressalto



Meu sonho de ontem.



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