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Contos-->Retrato Sem Reflexo (capitulo 06) -- 18/04/2002 - 00:15 (won taylor) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Capitulo 06


Maurício era o filho e o herdeiro do medo e na verdade, ele não trazia esse temor, aos olhos de quem o via, era humanamente impossível perceber tamanha aflição, numa pessoa. Algo que se tornará incontrolável e essa herança, que lhe corria no sangue, alimentava a sua dor e o fazia afastar-se de tudo que lhe angústiava.
Ele estava aprendendo a conduzir o medo e passava a aceitar até mesmo, assuntos que antes, chegará a evitar em pensar. Carregando o seu fardo, ele se mostrava confiante e capaz de produzir sentido em tudo que via e em tudo que sentia. Duas cousas que se unia, mas apenas não se podia tocar.
Parar, pensar e agir, são essas ações que ele praticava, com tamanha exatidão e só entendia, o que funcionava diante de seus olhos. Não tinha e não queria ter noção, sobre nada, que não fosse palpável e justificável. E enganos, erros e omições, eram ações, que se repetiam e o ajudava a entender, que ainda era humano e que por isso falhava.
Às vezes, Maurício cometia erros, e não por prazer ou ignorância, mas sim por isso fazer parte, do seu crescimento, e quando Maurício errava, ele pagava o preço por esse erro. E a sua maior falha era a de insistir, em evitar o inevitável. E seus passos eram dados, em direção a tudo, que fosse material e solido, e sempre ao que filtrava, na mente dele e nada além devontades e possibilidades.


Não se comentava nem a passagem, de um animal de estimação e agora a vida lhe surpreendia e lhe ensinava segredos, que lhe calava a alma. A luta que se travava na mente de Maurício, era tamanha, que ele se recusava a olhar para trás e buscava apenas, a andar para frente, e a enfrentar o possível. A determinação em prosseguir, com as emoções, que se configuravam em sua mente.

Uma obssessão constante, em permanecer isolado, das coisas, que podiam lhe afetar, de forma fatal e matar o seu coração, assim ele fugia da realidade das coisas, que sabia que acertaria em cheio, o local onde se guardava, seguro e intocável, o medo que lhe conduzia e que lhe mantinha de pé.
A mente em isolação total, brindando o corpo com o que se materializava, a ambição de pensar, em tudo que existe vivo, vai levando a mente de Maurício para o seu local seguro e mantendo o corpo preso, no que a mente exigia e comandava.

Para Maurício, só se faz sonho, quando se está acordado, e sem perceber, já passado aluguns anos ecom o seguimento já formado, ele passará os anos, apenas aprimorando a barreira, que construírá diante de seus olhos.





Tato e Elisa entraram furtivos no quarto de Maurício, tentando surpreende-lo, e lhe causar surpresa.

__ “ O que vocês dois estão fazendo?”, perguntou Maurício saindo do banheiro.
__ “ Não falei que esse cara, parece um soldado e está sempre em alerta!”, disse Tato olhando por sobre oombro, para falar com Elisa.
__ “ Tentamos!”, uma voz delicada e desanimada, saia da boca de Elisa.
__ “ Vocês parecem duas crianças!”
__ “ Terraqueo, nós viemos em paz, somos de uma galaxia distante e gostaríamos que nos levasse até o seu líder!”, ordenou.
__ “ Esperem aqui, vou buscar o meu líder!”, Maurício entrou no banheiro e voltou comum desses sprays, que lança espuma para se depilar, que certamente pertencia a Isabel e atacou os dois, que desprevinidos, não tiveram chance de fugir e se entregaram.

__ “ Bem, agora que estamos todos emporcalhados, vamos ao que interresa: Queremos que você vá com a gente, a uma festa, que a turma da faculdade fará, como forma de boa vinda ao inicio do curso”.
__ “ Que legal, o ano nem mal começou e lá vem festa!”, disse em tom de critica.
__ “ Sei que é cedo para festa, mas essa é uma tradição, e lhe garanto que será a única festa, que irei participar”.
__ “ Ainda bem, que pensa assim! Não vá jogar fora, os seus sonhos, por causa de pequenas coisas. Lembre-se o quanto quis estar lá e o quanto essas ‘festas’ são perigosas, para quem quer conseguir alguma coisa, numa faculdade e ainda mais nessas faculdades brasileiras”.
__ “ Pode confiar em mim, Maurício!”
__ “ Eu confio em você Tato!”
__ “ Eu conversei com ele e tenho a palavra dele, que essa será a primeira e a última festa, que ele irá!”
__ “ Isso mesmo, Elisa! Temos que ficar de olhos bem abertos. Essa faculdades, estão cheias de pessoas vazias e que não se importam com nada, além de festejar, pois, a maioria delas, já tem a vida ganha”.
__ “ Estou ciente disso e não me envolverei com ninguém, que não estiver em sintonia, com o que eu estou querendo”.
__ “ Tá legal! Eu irei nessa festa, mas como vou poder entrar no campus, se não estudo lá?”
__ “ A festa não será no campus, será no apartamento de um dos alunos, que fica próximo a faculdade. E eu já arranjei os convites e como ninguém conhece ninguém, você ficará invisível, assim como eu e Elisa também”
__ “ Me deixa o endereço e o convite, que amanha eu os encontro lá, pois amanha eu terei que sair e quando chegar, irei direto para lá”.
__ “ Está vendo onde vai estudar?”








A pergunta de Elisa estourou dentro da mente de Maurício.


__ “ Ainda não me decidi e confesso que nem havia pensado nisso!”
__ “ As férias estão acabando, hein!”
__ “ Tenho que me decidir logo!”


Na entrada do prédio onde a festa já acontecia, Maurício sentia-se um estranho, vendo aquelas garotas e garotos, entrando no prédio. Já dentro do apartamente, ninguém lhe pediu pelo convite, e ele ia transitando por entre as pessoas, com um olhar atento, a procura de Tato e Elisa.

__ “ Oi! Está perdido garoto?”
__ “ Elisa, que bom que me encontrou. Onde está o Tato?”
__ “ Bem ali atrás! Nós o vimos e eu vim lhe salvar”
__ “ Minha heroína!”
__ “ Vamos lá, que eu vou lhe apresentar, um cara que parece ser legal!”
__ “ Que cara é esse?”
__ “ Um cara que conhecemos e quero que o veja e me diga, que não sou a única estranha aqui!”
__ “ Bem, vá até lá, que eu vou tentar encontrar água, tenho sede, vá que lhe encontro com os ‘escrotos’! não é assim, que eles são chamados, quando entram para o curso de jornalismo?”
__ “ É sim, e se chama-los de outro nome, eles ficam uma fera. E você sabia que os médicos são chamados de ‘legais’?”
__ “ Não! Então vá lá ficar com o ‘escroto’ do Tato, que eu vou à luta atrás de água para beber!”

Atravessando a sala Maurício se perdeu entre o corredor e a cozinha, daquele longo apartamento, de uma pintura e decoração tanto quanto sombria.

__ “ Alberto, viu o cara que eu estava falando? Aquele é o nosso amigo Maurício, do qual falávamos!”
__ “ Que cara, que você estava falando?”
__ “ Aquele de camisa amarela, que eu estava ali conversando!”
__ “ Não lhe vi com ninguém e lhe vi parada ali, mas sozinha”
__ “ ih! Vejo que alguém está chumbado ou precisando de oftalmologista, com certa urgência!
__ “ Olha aqui! Eu não bebo e enxergo muito bem!”
__ “ Espere aqui que ele foi até a cozinha, beber água e já vai estar de volta!”
__ “ Sinto muito, mas como eu já havia dito, preciso ir, vim aqui apenas marcar presença, e acabei ficando mais do que o necessario, e perdi tempo demais aqui. Tenho mesmo que ir, fica para a próxima, quem sabe você possa me apresentar o seu ‘amigo imaginário’!”








Alberto nem virou às costas e Maurício chegou, vindo da direção oposta. E Elisa saiu em disparada atrás de Alberto.

__ “ Alberto! Alberto!”, aos berros Elisa ia abrindo caminho por entre as pessoas, que dançavam alucinadamente, “ Ei, Alberto! Olha lá está o ‘meu amigo imaginário’”, disse apontando por cima das cabeças das pessoas, que estavam dançando próximas a eles.
__ “ Olha menina, o Tato me pareceu ser um cara legal, e você não perceber que fica chata bancando uma idiota e bebendo demais ou umpouco mais do que possa agüentar?”
__ “ O que?”
__ “ Não há ninguém lá com o Tato! Deixe-me ir e quem sabe a gente possa se esbarrar pôr aí!”

Maurício de longe assistia a conversa de Elisa, e sorria com a tentativa da amiga, em aproxima-lo de alguém que ele nem pensava se queria conhecer.

__ “ Que cara é essa, meu amor?”
__ “ Aquele estupido, disse que eu sou maluca e drogada, e que há havia ninguém aqui com você, Tato!”
__ “ Deixa isso para lá e vamos esquece-lo!”
__ “Que saco! Pensei que esse tal Alberto, fosse um cara esquisito, mas legal, para a gente se enturmar!”
__ “ Olha, as coisas não estão rolando legal por aqui! Vi algumas pessoas consumindo Ecstasy e isso não é legal”.
__ “ Eu também reparei maurício, e isso não é legal memso! Algumas pessoas aqui são estranhas e com essa música techno e essa dança alucinada”.
__ “ O governo proíbiu e chegou a suspender, os bailes funks, e mesmo que eu não goste desse tipo de música, e não nem pela música, mas pelas letras, que essa rapaziada coloca, acho que deveriam usar os mesmos criterios e suspender esse tipo de festa nos clubes. Mas como a maioria dos que gostam de funk são pobres, eles dissem que essa música faz apologia as drogas, e eu também concordo, mas acho que deve tratar a todos com igualdade. Não sou do tipo que fica reclamando, mas quando eles proibiram os bailes funks, eu enviei varias cartas à jornais e revistas, mostrando uma certa preocupação, com essa atitude. Se eles tivessem mesmo interesse, em acabar com esse tipo de música e suas letras estapafia, bastaria apreender os Cds piratas, que rolam solto, em cada calçadão desse país e não proíbir, como forma de governo autoritário”.
__ “Maurício, esse é um país difícil! Uma dessas cartas, chegou a ser publicada?”
__ “ Que nada, Tato! Eles querem mais é que a garotada cresça bitolada e sem cultura. As pessoas não podem tratar de um assunto tão sério, com preconceito. Veja quantas pessoas aqui são pobres e quantas pessaos aqui são ricas!”
__ “ Acho que os pobres são apenas nós três! Acho uma falta de vergonha, ligar a televisão e ver apresentadoras famosas, rebolando ao som dessas torturas musicas, que assolam a nossa terra. Elas que deveriam dar exemplo e evitar essa proliferação de comportamento horrível e vulgar. E não é só funk, a merda cultural também vem da bahia, com esse ‘axe music’ que não passa de uma desculpa, para mostrar mulheres semi-nuas rebolando”





__ “ E o que é pior de tudo, Elisa! É que as crianças de 02 à 12 anos, são incentivadas, pelos próprios pais, a copiar essa dança indecente”
__ “ Onde é que esse país vai parar? Não gosto de diversos tipos de música e seus estilos, mas em se tratando de coêrencia, as letras do pagode e da música caipira, falam de amor, e é claro que há umas excessões. Mas, no geral os grupos e duplas, se mostram românticos e não ofendem ninguém”
__ Tato, você disse que ‘esse é um país difícil’. E quando aparece algo de apelo anti-cultural, eles logo tratam de transformar em ‘moda’!”
__ “Elisa, acho que tens razão! Vamos embora ou vocês dois ainda querem ficar?”
__ “ Eu não quero, Maurício! Você quer Tato?”
__ “ De forma alguma! Mas. Foi bom eu ter vindo, assim sei quem é quem, quando estiver na faculdade!”
__ “ Que lhe sirva de lição, ao menos!”
__ “Já serviu, Maurício! Vamos embora!”
__ “ Parecemos três revoltados, num final de festa antecipado!”
__ “ E é o que somos, Elisa! Agora vamos malhar o quê ou quem?”
__ “ Pare com isso, Tato. Às vezes é bom mostrarmos quem somos e o que pensamos. Ninguém consegue sobreviver se não mostrar que tem sangue nas veias, afinal somos o ‘futuro da nação’ e ‘adoramos coca-cola’, não é?”
__ “ Claro que somos, Maurício!”

Os três caminhavam rindo de si mesmos e descontentes com o próprio destino musical, que imposto sem permissão, eram obrigados a engolir.

__ “ Tato ou Elisa, qual de vocês viu um casal dançando feito borracha?”
__ “ Eu vi um cara de camisa branca e uma mulher de top azul e jeans, eram esses dois?”
__ “ Sim, Elisa! Nossa que dança horrível, parecia que alguém os eletrocultava”
__ “ Tato, e o casal que lhe mostrei, que parecia estar tendo um orgasmo!”
__ “ Maurício, esses dois você perdeu! Os caras ficavam girando e babando. Demais!”
__ “ Parece que fomos à um circo de horrores! Tato sei que 80% ali, não são estudantes de coisa alguma, mas deve ser por isso, que chamam a imprensa de ‘marrom’, deve ser por causa da cor, semelhante a cor da merda!”
__ “ Que grosseria, Maurício!”

Tato saiu correndo atrás de Maurício, e os dois atravessaram uma pista dupla, sem se dar conta de onde estavam, num momento de distração. Um carro, vindo em alta velocidade, acertou Tato em cheio. A violência da batida foi tamanha, que Tato subiu uns quatro metros e foi jogado a uns cinqüenta metros de distancia.
O motorista, que não teve culpa, apesar da velocidade em excesso, saiu do carro desesperado, enquanto Elisa corria aos gritos até onde Tato permanecia caído e parecia estar desacordado. O motorista retirou um celular do bolso e fez algumas ligações, e uma delas, foi para o hospital e pediu uma ambulância. E não demorou dez minutos, para que a ambulância chegasse ao local do acidente.






__ “ Elisa, vá a casa dos pais de Tato e os avise sobre o acidente e deixa que vou com ele até o hospital geral, é para lá que vão leva-lo!”
__ “Eu quero ir com ele! Eu quero ficar com ele! Deixe-me ficar com ele, por favor!”
__ “ Você está muito nervosa, tente ficar calma! Nada além de um grande susto, foi o que aconteceu aqui e ele vai ficar bem! Vá agora!”

Os paramedicos chamaram por Elisa, para que ela os acompanhasse ao hospital e desorientada, ela mal conseguia dizer nada, mas disse com bastante custo, que iria avisar os pais dele. Maurício não entendeu quando viu bastantes pontos de luz, ao redor de Tato e confuso e impresionado, tentava ver quem estava colocando aqueles pingo de luz em cima de Tato.

Acordando antes de entrar na ambulância e chamando o nome de Maurício, tato dizia que Isabel estava ali. Depois de chegar ao hospital, já totalmente acordado, apenas fizeram alguns exames e o puseram em observação numa enfermaria.
Em menos de meia hora, os pais de Tato, juntamente com Elisa, chegaram e já aliviados com a noticia, e ainda na portaria a enfermaeir-chefe, os autorizou a entrar na enfermaria, para que o vissem.

__ “ Meu filho... meu pobre filho...!”
__ “ Calma... minha mãe! Estou bem e não aconteceu nada sério, graças à Deus!”
__ “ Filho, você está bem?”
__ “ Sim, meu pai!”
__ “ Elisa contou que o motorista não teve culpa, e que você atravessou a rua correndo”
__ “ Foi, meu pai! Dei mole!”
__ “ Filho, a sua cabeça está boa? Os médicos disseram que você estava delirando e que conversava com um tal Maurrício e com Isabel. Bem, Isabel era a nossa vizinha, não era? E esse Maurício quem é?”



__ “ Nosso novo vizinho, mãe!”
__ “ Querida, deixe ele escançar e vamos esperar lá na sala, antes que a enfermeira nos expulse, ela disse apenas dois minutos!”
Elisa pediu para ficar, mas o pai de Tato a convenceu leva-la para casa. No outro dia Tato teve alta e tudo não passou mesmo de um grande susto. Nenhum osso foi quebrado e nenhum órgão foi atingido, apenas escoriações, nos braços, pernas e costas. Um dolorido mais do que comum. Nada que dois dias sendo paparicado, pelos seus pais e por Elisa, para que se recuperasse.


Maurício teve enfim a permissão de isabel, para leva-los até a casa de Dona Diana, para lhes revelar o que havia acontecido. E ele imediatamente foi levar a noticia a Tato e Elisa.





__ “ Tato, meu amigo, como você está?”
__ “ Maurício, eu estou ótimo! Você sumiu... cara você se sentiu culpado? Preste atenção! Ninguém teve culpa de nada, nem você, nem o motorista e nem eu mesmo!”
__ “ Obrigado! Você a viu, não viu?”
__ “ Você fala de Isabel! Ainda bem! Alguém que acredita em mim, já começava a achar que estava ficando maluco!”
__ “ Sim, era Isabel quem estava lá!”, reafirmou sem rodeios.
__ “ E agora, Elisa! Quem é o doido?”
__ “ Não sei quem é que está maluco! Os médicos chegaram a dizer que você havia ido para o hospital sozinho e agora, Isabel aparece do nada. Vocês dois querem é me deixar louca!”

A confusão estabelecida na mente dos dois, só poderia ser esclarecida com a confissão de Maurício, que pensava nas palavras certas, para poder explicar o que havia acontecido.




























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