CANTIGA D ANGOLA
À MODA BRASILEIRA
Eis-me aqui, poeta e altivo
no meio duma mensagem
ingrediente-aperitivo
cardápio desta homenagem
riscando, estuprando o mapa
onde habita certa "carmen"
Virtual e incorporada
na Aline, em tom de Baião
que sói decodificada
no leito desta canção
d Angola e de outros mares
onde ancoro meu coração
Barco singra, barco-ventre
onde pariu-se a poesia
d além mar por onde, dentre
noite silente, algum dia
quanto mais ali se concentre
um gosto de nostalgia
De sorrir cá e comigo
e a bordo em barco fincar
um mote, palavra, artigo
sem preço de se comprar
pois que a moeda é um perigo
quando não se a sabe usar
A mulher, Aline, angolana
para quem sou um "señor"
é que de além-mar se engana
com um mero professor
mas transeunte empana
um dote versejador
Mote, loa, canto, repente
deste cordel brasileiro
a flor do lácio, insistente
sitiou-lhe a voz por inteiro
por mais que ele reticente
mais ela lhe faz versejeiro
Portugal ibero-poeta
donde a colônia pariu
uma mistura repleta
do continente Brasil
pinça um verso da seleta
poesia que lá surgiu
Põe-na à porta de Aline
feito o pão, o leite, a rosa
e faz com que ela ensine
a este poeta e sua prosa
possa ressurgir e destine
à "carmen" a ária ditosa
Uma ópera-poesia
o vate possa compor
sem rima ou sem melodia
que seja no tom do amor
dissonante mas harmonia
"ton-sur-ton"... de qualquer cor
O poeta lhano, o maestro
regendo a vida que entoa
num tom que lhe invade o estro
nas calçadas de Lisboa
à maneira de um sequestro
do viver que leva à toa!
Pois que a poesia, este humus
sem origem, causa ou facção
surge com, (talvez) ou sem rumos
mas ensina a velha lição
e o poeta aprendeu: insumos
de Aline S.G.C. Baião.
CAMARAGIBE, Aldeia, 1º fev. de 2002
CANTIGA D ANGOLA
À MODA BRASILEIRA
Eis-me aqui, poeta e altivo
no meio duma mensagem
ingrediente-aperitivo
cardápio desta homenagem
riscando, estuprando o mapa
onde habita certa "carmen"
Virtual e incorporada
na Aline, em tom de Baião
que sói decodificada
no leito desta canção
d Angola e de outros mares
onde ancoro meu coração
Barco singra, barco-ventre
onde pariu-se a poesia
d além mar por onde, dentre
noite silente, algum dia
quanto mais ali se concentre
um gosto de nostalgia
De sorrir cá e comigo
e a bordo em barco fincar
um mote, palavra, artigo
sem preço de se comprar
pois que a moeda é um perigo
quando não se a sabe usar
A mulher, Aline, angolana
para quem sou um "señor"
é que de além-mar se engana
com um mero professor
mas transeunte empana
um dote versejador
Mote, loa, canto, repente
deste cordel brasileiro
a flor do lácio, insistente
sitiou-lhe a voz por inteiro
por mais que ele reticente
mais ela lhe faz versejeiro
Portugal ibero-poeta
donde a colônia pariu
uma mistura repleta
do continente Brasil
pinça um verso da seleta
poesia que lá surgiu
Põe-na à porta de Aline
feito o pão, o leite, a rosa
e faz com que ela ensine
a este poeta e sua prosa
possa ressurgir e destine
à "carmen" a ária ditosa
Uma ópera-poesia
o vate possa compor
sem rima ou sem melodia
que seja no tom do amor
dissonante mas harmonia
"ton-sur-ton"... de qualquer cor
O poeta lhano, o maestro
regendo a vida que entoa
num tom que lhe invade o estro
nas calçadas de Lisboa
à maneira de um sequestro
da vida que leva à toa
Pois que a poesia, este humus
sem origem, causa ou facção
surge com, (talvez) ou sem rumos
mas ensina a velha lição
e o poeta aprendeu: insumos
de Aline S.G.C. Baião.
CAMARAGIBE, Aldeia, 1º fev. de 2002
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