Usina de Letras
Usina de Letras
148 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62225 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22536)

Discursos (3238)

Ensaios - (10364)

Erótico (13569)

Frases (50620)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140803)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O Poeta e a Estrela -- 21/05/2000 - 13:29 (Claudio Adriano Elias Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Já foi dito que o amor tem razões que a própria razão desconhece, pois bem o que vou contar se encaixa bem dentro disso. Havia um poeta perdido no mundo e uma estrela brilhando no céu. Havia um mundo insensível e um coração sedento de sentimentos. Havia dois olhos perdidos atrás de uma luz que os guiasse ao amor e assim à felicidade.
Certa noite este triste poeta, em uma de muitas peregrinações solitárias, onde o vazio que tinha no peito parecia uma lança a apunhalá-lo a cada batida do seu coração, quando olhava para o céu, buscando encontrar forças para suportar mais uma noite, seus olhos focam o brilho da mais bela estrela que já havia visto. Todos seus sentidos e movimentos foram paralisados naquele instante. Ele se encantou.
Por toda noite o poeta passou a admirar aquela beleza celestial, recitava e cantava, sentia que seu coração estava tomado por um sentimento muito forte. Se sentia arder por dentro. Nesta noite o poeta não fez mais nada até que a luz do sol apareceu e levou de seus olhos o brilho da sua estrela e então ele foi feliz para sua casa.
O dia parecia interminável. As horas demoravam séculos para passarem e ele só pensava em de novo poder olhar para sua estrela. Seu coração não estava mais vazio, mas mesmo assim doía. Mas era uma dor diferente, que ao mesmo tempo que fazia sofrer, fazia sorrir. E assim foi passando o dia. E a noite chegou.
O poeta foi para o mesmo lugar de onde avistou a estrela, olhou para o céu mas não a viu. Tentou encontrá-la mas foi em vão. Mas algo parecia lhe assoprar em seus ouvidos que não se pode buscar com os olhos aquilo que só se enxerga com o coração. Ele então fechou os olhos e caminhou seguindo os passos que indicava as batidas de seu peito. De repente parou e abriu os olhos. Estava em descampado afastado da cidade, em um ponto mais alto e o que mais queria sob o brilho de sua estrela.
Ele não cabia mais em si. O coração disparava e as palavras saiam sem necessidade de se pensar. Parecia fora de si ao clamar que pudesse tocá-la, mas apesar de ela parecer brilhar para ele e o amor dele ser só para ela, isto parecia algo impossível. Parecia, pois não é que o amor foi tão grande que o brilho da estrela parecia crescer e crescer, como se estivesse se aproximando daquele que a tanto amava. O poeta caminhou para mais perto daquele brilho e viu sua estrela tomar forma de mulher e também caminhar em sua direção.
No momento do encontro não houve palavras, pois duas almas que se encontram falam com a linguagem do coração e nesta linguagem palavras não são necessárias. Uma entrega tão grande, um desejo de dois corpos naquele momento serem um só, um amor igual a nada já vivido neste mundo ou em outros. E por esta noite o poeta soube o que é amar de verdade, o que é querer e ser querido, o que é estar no céu.
O dia chegou e o poeta acordou deitado na grama do descampado. Procurou por sua amada estrela, mas o sol já estava alto e ela já havia desaparecido. Se sentia bem, mas a dor da ausência estava agora ainda mais forte. Não entendia o porque de Ter tantas coisas que separam duas almas que apenas querem se amar. Não suportaria mais um dia longe de sua estrela e resolveu que esta noite estaria para sempre ao lado dela.
Passou o dia se desfazendo de todos os laços que o prendia em um mundo que nunca o compreendeu e que muito menos agora o compreendia. Não compreenderia como cada segundo longe de sua estrela o fazia sofrer e como cada um ao lado dela o levava ao céu. E que, sendo tudo sonho ou não, aqueles poucos segundos ao lado dela valeram mais que toda sua vida longe de seu grande amor.
Enfim a noite chegou e ele não precisava mais procurar por sua estrela. Seu coração o levaria até ela. E assim ele foi. Chegou no ponto mais alto que podia chegar e lá estava ela a brilhar. Ele sorriu e com o brilho ela parecia sorrir para ele também. Ele disse então que a partir desta noite eles nunca mais se separariam e que se fosse para ficar longe dela era preferível morrer. Então começou a se despi e a se liberar de tudo que o ligasse a este mundo e por um último instante olhou para a cidade com suas luzes a piscar lá em baixo. A altura do abismo do qual olhava ora nenhuma o amedrontou, o medo de perder o grande amor de sua vida era maior.
Então olhou para sua estrela como dizendo estou indo e deu um sorriso em direção da cidade como se despedindo e mostrando como ia feliz para o seu destino e soltou seu corpo no ar como quem quisesse voar sobre o abismo e desapareceu para sempre.
Para o mundo esta foi a última imagem do poeta, mas para quem consegue entender a linguagem do amor, fechar os olhos e passar a enxergar com o coração, conseguirá imaginar o seu vôo em direção de sua estrela e ela o recebendo em forte abraço e se ainda sim olhar para o céu poderá ver que existe uma estrela mais brilhante, mais bonita e que na verdade parecem ser duas formando uma só no mais belo e eterno beijo de amor.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui