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Poesias-->ARGUMENTOS BATRAQUIANOS -- 28/05/2000 - 16:26 (Fernando Antônio de Araújo) |
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Castro Alves que me perdoe,
Mas espuma flutuante
É detergente poluindo rio.
Abraço a terra sob os pés
Dos homens, que inventam
Sonhos que sonham os outros
Homens. A vida é uma simbiose.
A singularidade da vida
Espuma no sexo dos sapos,
O lago proíbe a lua de contar
Os segredos dos tenores
Que habitam suas margens.
As jararacuçus silvam
Para um Silva qualquer
Que passa querendo pegar peixe.
Espuma pra ele é coisa de lobisomem,
Que na quaresma vem amedrontar
Os homens em noites de luar
Cheio de mistérios cabeludos.
O cão hidrófobo da vizinha
Morreu com a boca cheia de espuma.
A estrutura da bolha de sabão
É também uma espuma.
O lago não deixou a lua falar,
Mas o segredo foi revelado.
Um girino foi observado
Flutuando entre as estrelas.
Fernando Antônio de Araújo
28 de março de 1999
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