DOIS PAPAS E DUAS CARAS
Uma bela fábula que li quando criança dizia que certa vez um esquilo, que vivia saltitando, como é próprio desse animal da floresta, acabou por cair sobre um leão que tirava sua soneca da tarde. O leão acordou irritado e agarrou imediatamente o esquilo que gritava por clemência. Apesar de furioso, o rei dos animais teve um momento de lucidez e resolveu fazer uma proposta ao assustado esquilo preso em suas garras.
Na verdade, há muito que o leão se debatia com uma séria questão e achou que era o momento oportuno de resolvê-la uma vez por todas. Então propôs o seguinte:
- Meu pequeno súdito. Deixar-te-ei livre se me explicares o porquê de vocês, os esquilos viverem tão alegres e nós, os leões, tão mal humorados…
Atalhando-o, fez o esquilo sua contraproposta:
- Dar-te-ei a explicação, se me soltares primeiro.
Ao que o leão retrucou:
- Só terás de volta tua liberdade, se antes me responderes a pergunta que te fiz.
Por sua vez, respondeu o esquilo:
- Sendo assim, prefiro a morte. Pode me executar.
O leão ponderou que, matando o esquilo, nunca obteria a resposta que buscava, por isso resolveu soltá-lo e este, rapidamente, saltou para o mais alto galho de uma árvore e de lá de cima respondeu ao leão:
- Sabe por que nós, os esquilos, vivemos alegres e felizes? Porque vivemos, deixamos viver e nunca fazemos mal a ninguém!
Sem pretender julgar ninguém, pois quem vê cara não vê coração, não posso deixar de ver no rosto do Papa Bento XVI uma cara de leão, enquanto vejo na face do Papa Francisco a alegria de um esquilo.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
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