TIRANDO O CHAPÉU...
Filemon F. Martins
A derrota da seleção brasileira de futebol para a seleção francesa não foi o pior. É preciso tirar o chapéu para a seleção francesa que veio desacreditada para a copa de 2006, depois de um fracasso retumbante na copa de 2002. Para nosso consolo, as seleções da Argentina e da Inglaterra também caíram.
O pior mesmo foi a forma como a seleção brasileira perdeu. A Argentina, é bom que se diga, foi guerreira. Jogou com garra e entusiasmo, como sempre o fez e só caiu nos pênaltis. Igualmente, a seleção da Inglaterra, com um jogador a menos, lutou até o fim e só caiu nas penalidades, depois de ter jogado o tempo extra, como já o fizera a Argentina.
A seleção brasileira de futebol, favorita da copa, ao contrário, não entrou em campo e se entrou, foi um time apático, parado, sem criatividade, sem garra, sem entusiasmo como, aliás, estava o técnico Carlos Alberto Parreira. Veja o exemplo de Luiz Felipe Scolari, hoje dirigindo a seleção de Portugal, que grita, gesticula, xinga, elogia e dá bronca quando necessário. Mire-se no exemplo de Felipão, Parreira.
Em futebol não há milagres, como Parreira ficou esperando. Deveria ter feito as alterações no tempo certo, como fez o técnico da Alemanha que perdia para a Argentina por 1 a 0, mas fez as modificações, pôs o time para frente, conseguiu o empate e foi para a prorrogação.
A seleção francesa, comandada por Zidane, passeou em campo. Deu um baile no futebol brasileiro outra vez, com humildade, pé no chão e tocando a bola. É bom lembrar que em 1982, na Espanha, a seleção brasileira perdeu para a Itália por 3 a 2 e foi eliminada da copa, mas nenhum brasileiro esqueceu a garra e o excelente futebol que o Brasil praticou naquele jogo. Ainda em 1986 contra a mesma França, o Brasil jogou bem e só caímos nas penalidades.
Mas em 2006 a apatia dos jogadores de Parreira neste jogo contra a França, foi irritante. Parreira se comportou como aquele jogador individualista que pega a bola e vai, vai, perde a bola, mas não passa para o companheiro. Com 23 bons jogadores à disposição, Parreira não teve a humildade de mudar seu ponto de vista. Perdeu, mas não mudou, não arredou pé de sua filosofia. Deu no que deu.
Esta foi a 2ª decepção do povo brasileiro nestes últimos anos, que, a bem da verdade, não tem muita importância, porque se trata de esporte e no esporte se um ganha, o outro perde. A 1ª decepção, no entanto, é mais complicada, porque perde o Brasil e os brasileiros com o governo de Lula e seus comandados, envolvidos em corrupção e má administração do dinheiro público.
Esta decepção é mais sofrida, mais profunda, porque todos perdemos, perde a educação, saúde, segurança, transporte e principalmente a confiança do povo nos políticos brasileiros. Quanto a copa de 2006, já somos pentacampeões do mundo. Nenhuma das quatro seleções semifinalistas conseguirá tal feito.
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