Aconteceu na Copa da Alemanha o que todos temíamos, mas não queríamos acreditar: os gênios do futebol foram desclassificados nas quartas-de-final.
Ficou comprovado que uma equipe de gênios, deuses ou galácticos por si só não se organiza. Ficou comprovado que patrocinador de atleta não deve influenciar na escalação do time. Que as vaidades pessoais não devem entrar em campo e que o condicionamento físico é fundamental. Titular é quem está jogando e jogando bem. Ninguém deve ter uma cadeira cativa, mas, no entanto, o banco deve ser o lugar de quem não está comprometido com a equipe.
Uma equipe vencedora tem que ser solidária, compacta e unida. Em 2002 nossa seleção entrava em campo com as mãos dadas. Uma grande equipe tem que ter conjunto, capacidade de reação e um só objetivo, a vitória. E aliar talento, raça e sabedoria.
É difícil para multimilionários, mas um pouco de humildade seria fundamental.
Para uma equipe de futebol ser vencedora os atletas devem ser operários da bola e gênios do conjunto. Um líder em campo é essencial. Apenas impressão ou Zinedine Zidane na França e Felipão em Portugal são esses líderes?
No Brasil, política e futebol sempre andam juntos e sempre haverá um presidente para homenagear uma equipe campeã em ano eleitoral. Há quatro anos um herói do penta fez cambalhotas na rampa do planalto diante dos sorrisos dos políticos. Há 36 anos os tricampeões receberam fuscas de presente. O jeitinho de levar vantagem em tudo surgiu. E em todos esses anos a política pouco mudou. Promete-se muito e cumpre-se pouco. Mesmo assim esse sofrido povo chora as derrotas vestido de verde-amarelo.
Após o término desse êxtase coletivo e patriótico cativado pela Copa do Mundo, resta-nos voltarmos nossos interesses para os assuntos que são fundamentais e pertinentes nesse ano de eleições gerais. Ou seja, cairmos na real: o Brasil da corrupção, dos escândalos e da impunidade.
Os brasileiros precisam discutir o Brasil como discutimos a escalação do escrete canarinho. Precisamos escolher nossos representantes no Congresso como o mesmo afinco que queremos que nossos jogadores participem dos jogos.
Enfim, em outubro nós devemos influenciar na escolha do técnico que irá dirigir esse time chamado Brasil. E escalar políticos comprometidos com o povo no Congresso Nacional.