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Artigos-->OS CANHÕES DE 32 -- 10/07/2006 - 18:57 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OS CANHÕES DE 32





Fernando Zocca





No dia 9 de julho de 1932 o governo do Estado de São Paulo iniciou uma luta que mobilizou 35 mil homens e mulheres. A revolução visava obter uma constituição do governo federal representado por Getúlio Vargas. O conflito durou 90 dias.

Getúlio comandava forças compostas por mais de 100 mil homens. Além disso os getulistas dispunham de 250 canhões e 24 aviões militares, contra 7 aviões e 44 canhões de São Paulo.

Os paulistas esperavam a adesão dos governos de Minas Gerais e Mato Grosso que nunca vieram.

O estado de Mato Grosso por meio do General Bertoldo Klinger havia prometido 5 mil soldados, mas no dia 12 de julho, 3 dias após o início das hostilidades, ele chegou sozinho a São Paulo. A notícia caiu como um balde de água fria no ânimo dos paulistas.

As tropas do governo federal eram compostas por soldados do exército enquanto que as paulistas eram formadas por integrantes da força pública (hoje Polícia Militar).

O movimento revolucionário recebeu adesão de vários segmentos da sociedade paulista. Era composto por jornalistas, advogados, médicos, engenheiros, donas de casa, comerciantes, empresários e era também multirracial. Negros, brancos e até índios participaram da luta.

Getúlio Vargas assumiu o governo federal interrompendo, segundo afirmam alguns historiadores com fraudes eleitorais, a alternância da ocupação da presidência por paulistas e mineiros.

Getúlio havia prometido novas eleições e toda sociedade paulista cobrava dele a promessa. Quando algum jornal ou rádio insistia muito no tema, sofria empastelamento ou violência.

O presidente da república ao assumir o poder em 1930 intencionava desmanchar o "sistema viciado" da elite republicana paulista.

Na verdade quem teria destruído o sistema político do "café-com-leite" teriam sido os paulistas ao "elegerem" Júlio Prestes, para ocupar o cargo de um outro paulista, presidente anterior. Pelo "esquema" era a vez dos mineiros ocuparem a presidência da república.

Todos os demais estados da federação posicionaram-se contra o governo paulista. No inicio das atividades bélicas São Paulo deslocou soldados para as fronteiras com o Estado do Rio e Minas. A espera angustiosa pelas tropas mineiras colocou os revoltosos na defensiva e o objetivo passou de atacar o governo federal, para o de defender-se dos contra-ataques.

Benjamin, um dos irmãos de Getúlio afirmou anos depois que se o general Figueiredo comandante das tropas revolucionárias tivesse transposto a fronteira do Estado e chegado até o Rio, seria recebido com entusiasmo pela população.

As batalhas se sucederam em diversas cidades: Santos, Cachoeira Paulista, São José do Barreiro, Campinas, Cruzeiro, Cunha, Guaratinguetá, Apiaí, Mogi Mirim e Itararé.

Sem munição, alimentos e armas, as forças revolucionárias foram acuadas e as derrotas sucederam-se. Houve 630 baixas paulistas contra 200 federais.

O movimento foi rotulado pelo governo central como sendo "separatista" e "elitista". Getúlio usou o poder do rádio para disseminar no nordeste o ódio contra os paulistas. Nas rádios nordestinas a divisão de propaganda do governo colocava pessoas com sotaque paulista proferindo discursos contra o povo da região.

São Paulo respondia com a divulgação, pelas rádios, dos discursos de pesos pesados do movimento tais como Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Victor Brecheret e até de Santos Dumont. Este chegou a enviar uma carta aberta ao povo mineiro convocando-o a adesão da causa.

No dia 2 de outubro de 1932 os paulistas assinaram a rendição. Os líderes da ação revoltosa foram mandados para um presídio no Rio de Janeiro e mais tarde exilados na Europa.

Dois anos mais tarde Getúlio convocou uma assembléia nacional constituinte e admitiu publicamente a importância do movimento para a concretização da lei.



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