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cronicas-->As corruíras do MST -- 29/01/2002 - 21:03 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Essa história começa em frente a um estande numa feira de artesanato.
As casinhas de passarinhos para ornamentar quintais e varandas eram belíssimas. Vários tipos e tamanhos. Eram delicadas e cuidadosamente acabadas. A que mais me agradou estava pintada de vermelho. O telhado tinha um verde-musgo intenso. Sendo o preço extremamente acessível, acabei adquirindo uma, imaginando-a enfeitando a parreira do quintal. A casinha rubro-verde ficou alguns dias na despensa, até que arrumei um local na parede do hall de entrada de casa. Uma área cercada, bem protegida e arejada. E a casinha ficou lá, o vermelho e o verde contrastando com o branco da parede.
Alguns dias após observei alguns pequenos gravetos jogados ao chão e ciscos no interior da pequena casa na parede. Foi muito fácil deduzir aquele estranho acontecimento. Um casal de passarinhos havia ocupado aquela minúscula casinha desabitada e pacientemente estava construindo ali o seu ninho. Dia após dia, de sol a sol, traziam os "móveis" para sua nova morada.
Duas ariscas corruíras, possivelmente, com passagem por um acampamento do MST, vieram assentar sua família em minha residência. Invadiram, silenciosa e sorrateiramente, a pequena propriedade. A bem da verdade, não houve violência na ocupação, embora tenha ficado plenamente caracterizado uma invasão de propriedade particular.
Num primeiro momento pensei impetrar, como de direito, a minha reintegração de posse, mais usual providência de quem é proprietário de terras invadidas. Eu, um feliz dono de uma casinha vazia, às voltas com pássaros invasores. Imaginando atitudes mais violentas para reaver a posse da pequena propriedade, acabei comprando o bodoque do filho de um vizinho.
Enfim, desisti da idéia por achar cruel demais com um casal de inofensivos corruíras.
Descartada a repressão aos passarinhos invasores, resolvi subsidiar aquele pequeno assentamento na minha varanda. Comprei um pacote de alpiste, um bebedouro e improvisei uns poleiros ao derredor da ocupação, viabilizando um mínimo de condições para os assentados darem prosseguimento em suas vidas.
Os meus "hóspedes" são camaradas. Dormem logo que anoitece e alegram as auroras com uma alvorada festiva, embora muito cedo da manhã não me sinto incomodado. A convivência é harmoniosa e pacífica com o César, o passarinho do MST, e sua simpática companheira.
Posso dizer que é uma ocupação benquista no meu domicílio.
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