Os bilhões de dólares que estão migrando dos paises “emergentes” para os Estados Unidos, decorrente do pequeno aumento dos juros praticado pelo Banco Central daquele país, não foi o objetivo final dos especuladores do mercado de capitais, mas sim da pseuda segurança que repousa nas aplicações nos títulos do Tesouro Americano. Com um PIB estimado em US$13 trilhões, o colosso do norte tem a maior dívida do planeta – US$8 trilhões – e, o que é mais grave, esta situação não mostra sinais de reversão. Ao longo dos anos, o Governo Bush vem gastando bem mais do que arrecada, apresentando todo ano um déficit colossal em torno de US$500 bilhões. Com a guerra do Iraque, o seu gasto adicional elevou-se para US$320 bilhões, além de mais US$89 bilhões com a guerra no Afeganistão. Como importa muito mais do que exporta, também apresenta sucessivos déficits em conta-corrente, razão da sua imensa dívida externa. Esta perigosa combinação, já apelidada de “déficits gêmeos”, cedo ou tarde vai se tornar insustentável; e o dólar tende a despencar em relação às outras moedas; como, aliás, já está ocorrendo. E como os Estados Unidos são o maior importador do planeta, isto significa que, com um dólar desvalorizado, estamos caminhando para uma recessão mundial. São os sinais de uma velha ordem mundial moribunda, que precisa ser reformulada urgentemente.
|