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Cronicas-->Nós quatro na cama -- 30/01/2002 - 08:00 (Flavio Costa Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Muitos anos se passaram, quando por acaso eles se reencontraram. Inicialmente não sabiam exatamente o que fazer, um leve aceno com a cabeça, um simples bom dia, uma pequena parada e um olá, como vai. Olhavam-se olhos nos olhos, as palavras engasgadas na garganta teimavam em não sair, depois do silêncio constrangedor aquele início de diálogo inseguro, aqueles velhos chavões, tipo quanto tempo, puxa o tempo passa rápido, você não mudou nada, aliás, mudou, engordou, e aquele famoso regime que iria iniciar na próxima semana, esta semana não chegou ainda.

Mas depois daquele impacto inicial, foram tomar um cafezinho, depois um passeio no parque, um convite para jantar, um delicioso vinho italiano, tinto seco, uma esticada até a casa dela para continuar o bate papo, depois de muita conversa fiada, o abraço de despedida. Mas o abraço foi mas longo que o imaginado, mais apertado que o esperado, o contato de seus rostos, a lembrança do aroma da pele dela, seus rostos giraram levemente para se encarar frente a frente, seus lábios muito próximos e o beijo selvagem foi inevitável, um beijo guardado por anos, toda a energia que sempre houvera entre eles estava liberada como se os anos de afastamento tivessem sido apenas alguns dias, o desejo um ao outro era como a explosão de uma bomba, quando ela o empurrou violentamente para trás.

Normalmente quando acontecem estes reencontros, as pessoas não pensam muito, agem de uma forma animal, selvagem, sem preconceitos ou barreiras, liberam seus desejos reprimidos de anos, depois é que vêem o que fizeram, mas Isaura estava fazendo análise, e justamente naquele momento de sua terapia estava revendo o seu antigo caso com Fábio, a maneira com que ele a deixara por uma simples proposta profissional melhor, fora posta de lado como uma mochila velha ante uma nova experiência sem aviso prévio.

Isaura falou que em sua análise, ela revira seus conceitos e atitudes, e que não podia mais se permitir que uma pessoa que a abandonara simplesmente reaparecesse e mexesse em uma ferida já cicatrizada, Fábio falou então que se não existia mais nada, ela fingira muito bem durante o beijo. A discussão continuou mas Isaura estava inflexível, a cada abraço apertado e beijos lancinantes, seus seios esmagando-se contra o peito musculoso de Fábio, ela então o jogou em cima da cama, posicionou-se como uma ninfomaníaca e gemia quando sua vagina espremia o pênis de Fábio, mas não permitia que este tirasse sua roupa, gritava que nada mais podia acontecer entre eles, beijou Fábio novamente quase arrancando sua língua tamanho o desejo dela.

Depois de um bom tempo naquela situação, Fábio e Isaura subiam as paredes mas ela não permitia que ele tirasse sua roupa, a calça dele estava a ponto de arrebentar, foi quando se ouviu uma voz sufocada gritando:

n Parem, parem, eu não aguento mais, ela está me matando.

Fábio e Isaura sem saber o que estava acontecendo, que voz era aquela que vinha de dentro da calça dele, decidiram de comum acordo abri-la para ver o que era. Era Derek, o pênis de Fábio, reclamando que aquilo era um verdadeiro sadismo de Isaura, que somente a cabeça dela não queria que acontecesse nada, Fábio queria, ele queria e Heleninha também queria. Ambos, Fábio e Isaura, perguntaram quem era Heleninha, foi quando escutaram um som abafado, uma voz feminina como estivesse se afogando, e vinha de dentro das calças de Isaura, esta a retirou e pode ver sua vagina, quase afogada de tão molhada gritando para ela:

n Helena: Para com tanta frescura, manda teu analista a merda e deixa logo o Derek fazer o que ele sabe fazer tão bem, eu não aguento mais de tanto tesão. Vem Derek,vem, v em ser todinho meu.
n Isaura (gritando): Não, não e não mesmo, como vou olhar-me no espelho se simplesmente por rever Fábio fosse direto para cama com ele, como eu iria encarar meu analista depois disto.
n Derek (totalmente retesado): To cagando para teu analista. Heleninha, vem para mim, todos estes anos que se passaram só fizeram aumentar meu tesão por ti.
n Heleninha (gemendo): Vem meu gostosão, sou todinha tua, sempre fui, vem que eu não aguento mais sem te possuir, vem nadar dentro de mim vem.
n Fábio: Derek e Heleninha, calma, não podemos ferir os sentimentos e a auto-estima de Isaura, vocês não podem ser tão egoístas assim.
n Isaura: Fábio tem razão, vocês estão sendo egoístas.
n Derek: Não quero saber, Heleninha está me chamando. Fábio, deixa de ser bundão e não dá ouvidos para os pensamentos dela, escuta o chamado de Heleninha, ela é só desejo e volúpia, vamos logo.
n Heleninha: Vem Derek, vem Derek, oooooooooohhhhhhhhhhh, eu morrer de tanto tesão.
n Isaura: Não, não e não.

Isaura veste as calças, obriga Fábio a fazer o mesmo, abafando os gritos de Derek e Heleninha. Logo em seguida, Isaura fala que foi muito bom reencontra-lo, mas que ele deve ir embora já, que ela estava ainda muito magoada com a atitude dele no passado, e que não queria de modo algum recomeçar nada.

Fábio, triste, baixou a cabeça, despediu-se de Isaura e seguiu seu caminho solitário, pensava nos momentos inesquecíveis do passado, as férias naquela praia maravilhosa, lembranças que com certeza guardaria para sempre, apesar do som abafado da voz de Derek que ele ainda podia escutar: "Bundão !!!!!!! Bundão !!!!!!!!! Ela estava no papo e tu não pegou. Bundãããããããããããããããããããooooooo !!!!!!!!!!!".

Após a saída de Fábio, Isaura joga-se na cama em um choro histérico, inconsolável, e não podia deixar de escutar a voz de Heleninha: "Tu não quis, agora quando quiseres dar para aquele teu analista de merda, quem não vai querer sou eu, vou ficar mais seca que areia do deserto. Ai que saudades do meu Derek, buááááááááááááááá !!!!!!".
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