Usina de Letras
Usina de Letras
211 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140786)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->A outra Guantánamo -- 02/08/2006 - 15:29 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A outra Guantánamo



por Celso Sarduy Agüero em 02 de agosto de 2006



Resumo: Seria bom se os funcionários da ONU, a imprensa internacional e a intelectualidade “progressista” estendesse sua preocupação com os terroristas aprisionados pelos EUA em Cuba aos dissidentes cubanos presos no Gulag mantido por Fidel Castro.



© 2006 MidiaSemMascara.org





O resultado de uma das maiores campanhas de desinformação e manipulação midiática dos últimos tempos conseguiram torcer o braço do presidente Bush, e este acabou aceitando dar tratamento de prisioneiros de guerra a estes “pobres” terroristas, oferecendo-lhes o amparo da Convenção de Genebra.



As fichas foram caindo aos poucos: a ONU, que não teve dúvidas em manifestar sua preocupação pelos “abusos” a que são submetidos os terroristas prisioneiros no Centro de Detenção do Exército dos Estados Unidos, na Base Naval de Guantánamo, Cuba. Imitaram-no os principais líderes europeus, até chegar à Corte Suprema dos Estados Unidos que sentenciou em favor dos detidos, sucumbindo ante o “politicamente correto”. Os grupos terroristas islâmicos saudaram a claudicação como melhor sabem fazer: com vários atentados simultâneos no sistema de trens suburbanos de Bombay, Índia, com o saldo de mais de duzentos mortos e milhares de feridos.



Seria bom que os funcionários da ONU, a maioria da imprensa internacional cooptada pela esquerda planetária e o resto da intelectualidade “progressista” estendesse sua preocupação e desse ao menos tratamento igual aos que permanecem alguns quilômetros além da fronteira, no Cárcere Provincial de Guantánamo, só para citar um exemplo, entre as mais de duzentas penitenciárias do Gulag cubano. Lá encontrarão vários dos mais de 350 presos políticos junto a outros 2.000 presos comuns, compartilhando celas com assassinos e criminosos de toda laia, ou confinados durante meses em celas tapiadas[*] em condições infra-humanas de vida, submetidos a torturas físicas e psicológicas diárias.



Presos julgados em paródias de julgamentos, “representados” por advogados do regime, os quais conhecem cinco minutos antes de começar a sessão e condenados a penas superiores a vinte anos de cárcere por cometerem crimes tão aberrantes como tentar fundar uma biblioteca, um sindicato, um partido político ou exercer o jornalismo independente.



Seria bom se perguntar: quantas fotos temos visto publicadas de um prisioneiro político cubano? Quantas fotos conhecemos das masmorras castristas, das celas “tapiadas”, dos pavilhões de tortura psiquiátrica ou das tumbas coletivas? Algum funcionário das Nações Unidas ou algum jornalista “objetivo” escutou as declarações dos advogados de Oscar Elias Biscet, de Jorge Luis García “Antunes” ou de qualquer outro prisioneiro de consciência cubano?



É claro que não! Simplesmente estão a mercê dos verdugos da ditadura, em cárceres concebidos para convertê-los em farrapos humanos, onde não podem receber visita de nenhum funcionário ou jornalista internacional, apesar de que todos os anos a Comissão de Direitos Humanos da ONU solicita infrutuosamente ao tirano Fidel Castro que lhe “permita” inspecionar seu sistema carcerário.



Nossos presos políticos atuais estão sofrendo o mesmo ostracismo, a mesma indiferença internacional que sofreram os cem mil mortos, entre fuzilados e desaparecidos no mar, e as centenas de milhares de encarcerados do genocida Fidel Castro ao longo de meio século de tirania.



Nós, os cubanos, tivemos o triste record de ter o preso político que cumpriu a mais longa condenação do mundo: Mario Chanes de Armas permaneceu na prisão 32 anos. Também tivemos o prisioneiro de raça negra que cumpriu a condenação mais longa: Eusebio Peñalver, que cumpriu 28 anos de cárcere, entretanto, a opinião pública internacional só conheceu e pressionou pela liberdade de Nelson Mandela, que esteve preso alguns anos menos que nossos compatriotas.



É evidente que a preocupação e a sensibilidade humana de boa parte dos formadores de opinião, intelectuais e artistas da esquerda retrógrada é profundamente hemiplégica; só são motivo de seus desvelos os terroristas, quer sejam de esquerda, muçulmanos, nacionalistas ou qualquer outra classe de inimigos da liberdade, da propriedade privada, dos direitos individuais, enfim: do modo de vida Ocidental e Cristão.



Temos o caso dos trezentos advogados que defendem o genocida Saddam Hussein e vemos seu rosto quase que diariamente nos meios de comunicação sorrindo cinicamente; entretanto, não conhecemos o rosto de nenhum dos milhares de curdos atingidos por gases ou os das centenas de milhares de iraquianos executados por ele.



Quantos milhares de presos políticos apodrecem nas masmorras desse imenso cárcere que é a Coréia do Norte? Ignoramos. Dali só nos chegam escassas imagens de desfiles oficiais, onde marcham como autômatos os súditos desta tirania hereditária e nos conformamos em ignorar a penúria cotidiana dos habitantes desse país.



A guerra entre a opressão e a liberdade trava-se desde o amanhecer da Humanidade e se reedita hoje, com mais força do que nunca no Ocidente, presa de uma ofensiva midiática que nos aturde com simplificações grotescas.



Já não está passando da hora de deixar de se perguntar “por quem os sinos dobram”?



Todos já conhecemos a resposta: “eles dobram por ti... dobram por mim...”





[*]Cela “tapiada” – não há em português uma palavra precisa para desginar esta expressão. Entretanto, poderia se aproximar de “lacrada”, considerando ser um cubículo sem ventilação, iluminação ou qualquer tipo de abertura, onde o preso mal pode se locomover. É como se o preso estivesse sepultado em vida. “Tapiado” é, literalmente isto: sepultado.





Fonte: Cubalibredigital



Tradução: Graça Salgueiro





Obs.: Será que dessa vez Fidel terá seu encontro definitivo com o capeta? Mais de 2 milhões de exilados cubanos esperam que sim! (F.M.)















Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui