Ruas
Flávio Lucena
As ruas,
Sempre nuas,
esquinas escuras,
casais se traem,
devoram solidão.
As ruas...
artérias urbanas,
um dia...
todos passaram por ela.
Todos nós passamos por aqui...
subindo, descendo,
sorrindo, chorando.
Um dia...
todos nós,
por aqui passamos.
Insanos...
loucos por um tempo que perdemos,
desperdiçamos.
Mas, assim mesmo...
um dia por ela corremos.
As ruas...
Um dia choramos,
abandonados por ela andamos.
Um dia sorrimos,
festivos por ela dançamos.
As ruas...
nela se nasce...
milhares por ela...
E nela...
Se morre.
Na rua...
sempre nua...
sempre crua.
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