Os japoneses e outros povos do oriente têm dado lições após lições de como se comportar com sucesso num mundo competitivo e globalizado, de uma forma que nós, ocidentais, às vezes, encontramos dificuldade em compreender e até mesmo de admitir. Uma dessas razões, certamente, está na capacidade do oriental em concentrar-se na observação minuciosa de detalhes relativamente a tudo o que concebe, produz ou realiza.
As técnicas de busca progressiva de defeito zero ou de qualidade total, que têm resultado na liderança japonesa em vário setores dos negócios e da competição mundial, se faz sempre através da idéia de que tudo é composto por partes e da perfeição das partes é que resulta a perfeição do todo. Simples não. Os sábios gregos já haviam intuído essa verdade.
Tome uma casa construída, por exemplo, com tijolos à vista. Já fizeram alguma construção desse tipo? Para que a casa fique perfeita, cada tijolinho tem que ser da melhor qualidade, ter as bordas perfeitas, apresentar o mesmo tom de cor, e assim por diante. Temos ainda que ter o cimento de excelente qualidade, a areia tem que ser selecionada, a cal tem que ser ótima e o pedreiro, então, nem se fala. Se for um “meia colher”, a parede de tijolos à vista vai ficar uma “caca”.
Dê uma olhada à sua volta, na sua empresa, para verificar se os “tijolos” que você está usando em seus negócios, para tentar encontrar o caminho do sucesso e a lucratividade podem ficar à vista, ou vão precisar de muitos remendos e argamassa para excluir defeitos de seus clientes e/ou usuários de seus serviços.
Se você é um gerente ou coordenador de qualquer tipo de trabalho profissional, verifique se o pessoal que você contratou e que está trabalhando em sua equipe, forma um grupo que vai poder ajudá-lo, realmente, a chegar ao êxito profissional e ao sucesso nas missões recebidas A excelência de uma equipe também é resultado dos valores individuais. Pedreiros bons podem até superar alguma falha de material e encontrar soluções para suprir a falta de recursos por vezes existente.
Entretanto, se você tiver gente sem conhecimento, capacitação ou ânimo e vontade, trabalhando consigo, até mesmo tijolinhos perfeitos vão ser mal ajustados e a obra vai ficar imperfeita, ao final.
Já imaginou então quando se trata de um trabalho que nunca termina, que precisa de atenção, cuidado e material de primeira, permanentemente, como é o caso do dia a dia nas empresas prestadoras de serviços?
Olhe à sua volta. Como está o vaso de plantas de sua sala? O pessoal está vindo trabalhar adequadamente uniformizado ou vestido? A correspondência que você expede ou recebe está escrita de forma perfeita, em papel imaculadamente limpo e em tamanho padrão? Os seus sapatos e os deles estão engraxados? O sofá da recepção está limpo e os jornais e revistas para os clientes lerem são novos? Os quadros estão colocados harmoniosamente e alinhados na parede? A papelada está organizada sobre as mesas? Dá para pensar em ficar um só dia sem observar esses detalhes? Qualquer descuido e falta de atenção, um pequeno detalhe é negligenciado e a organização desanda.
Pois é cada detalhe que leva à perfeição. Somente esta pode encantar e fascinar o cliente, única forma de mantê-lo fiel.
Atentar para o detalhe, em âmbito profissional, portanto, não significa mais ser chato ou exigente em excesso. Pode significar, hoje em dia, numa sociedade competitiva e globalizada, a diferença entre o sucesso e o fracasso.
Mário Galvão é jornalista e profissional de RP
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