Existe muito mais que a suscetibilidade dos governantes paulistas a ser preservada por uma intervenção Federal no Estado. A vida dos funcionários públicos, por exemplo é bem de valia estimável.
Os noticiários estão fartos do registro das ocorrências criminosas contra as pessoas que desempenham seus trabalhos para o governo estadual paulista.
Além dos crimes contra a vida, contra a integridade física, contra o patrimônio, a credibilidade no executivo esmaece-se, esvai-se a olhos vistos.
Todos os bens públicos e particulares atingidos pela destruição revelam um estágio avançado da degeneração nas instituições. A desagregação é notória. Ou as autoridades põem um fim nisso tudo ou se instalará, de forma criminosa, um outro governo mais impositivo.
A incredibilidade nos poderes começa pela ausência de punição aos violadores notórios das normas mais elementares. É sabido ser a injustiça fonte inesgotável de revolta.
A condenação de Suzane von Richthofen e os co-réus Cravinhos, pela morte dos pais dela, poderia indicar o início da virada do jogo, em favor da ordem vigente. Mas ainda falta muito.
O eleitorado brasileiro anda pasmo diante da culpabilidade das pessoas eleitas via voto direto e que traíram princípios primários.
Parece-nos que a idéia vigente entre todos é de que "não vai dar em nada" a apuração dos escândalos do "mensalão", "sanguessugas" e flagrantes escancarados de surrupiação dos bens comuns.
Nada como a certeza da ausência do castigo para estimular a consecução de mais e mais crimes crescentes em escalada.
Se a onda de violação da lei não cessar ou frustrados os intentos dos revoltosos, a possibilidade do surgimento de um governo mais satisfatório poderá recrudescer.
O prejuízo político que poderia causar uma intervenção Federal no Estado tende a ser bem menor do que o induzido pela teimosia e insensibilidade dos governantes paulistas no reconhecimento da pusilanimidade própria. O Estado pode se desmanchar.
É já passado o momento em que os glóbulos brancos deveriam atuar e, pela fagocitose, terminar com a infecção aguda.
No vacilo, como todo mundo sabe, ela pode se tornar crônica.