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Poesias-->Lágrimas de sangue -- 20/06/2002 - 15:32 (Vitor Tadeu) |
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Missionários de sangue
Já era tarde quando a solidão me visitou
Chamou como um menino de rua
E fingiu ser leal
Sou mais uma pesca da ilusão
E pedi mais...
Missionários da política: Amor
Com três chicotadas uma lágrima
Desliza salgada da face de quem não te chamou
Vigia tuas noites
Que eu lanço os meus olhares
Faça suas orações
Que durmo no castigo, mais infantil que um homem.
Poderia desejar
Não quero minhas roupas para impressionar
Não quero mais o gosto do teu batom
Não quero pensar que você é assim
O frio aqui é sujo e perigoso
Deixe sambar a minha língua no seu pescoço
Pois não quero descansar
Tire essa virgindade do meu espírito
E toque a música que tem que ser cantada
Não cubra a lua com o sangue que não foi derramado
Não suba no trono que não é seu
Pois tudo tem hora e dia
Não ria do inferno
Por que os demônios não moram aqui
A morte é uma bailarina dos espetáculos ancestrais
Apenas os imortais dançam neles
E o infinito é uma mentira
Que contaram para nos assustar
Calça o seu par de tênis que ele é teu
Não finja ser uma atriz, nem uma meretriz
Por que os papeis trocam
E a peça chega ao fim
E ninguém bate palmas
Além dos filmes que fiz a meu respeito
Você é o roteiro
E o ponteiro
Que toca o sino a meia-noite
Ao meio-fio
Do sorriso dos fantasmas do seu castelo de areia
O trem não quer passar
O trem não quer passar
Até o casamento do manco e o cego
E o fardo é a boca e o coração
Nessas igrejas bonitas e inertes
De interpretes dos olhares dos ladrões
Escureça essa magoa
Pois a tempestade vai passar
Abra as janelas e os portões
Que agora eu quero amar
Amar sem conceito e vergonha
Amar sem destino e brinquedos
Amar sem doutrinas e canções
Amar você, apenas você
Sem medos
Traga os seu papéis, que você entrou e a porta fechou
Então seremos grandes, para não chorarmos a noite
Não chorarmos a noite...
Vitinho – 20/06/2001.
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