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Contos-->O BEIJO QUE NÃO DEI POR FALTA DE ESPELHO -- 23/05/2000 - 19:35 (Eustáquio Mário Ribeiro Braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sinto falta daquele espelho. Sinto...
Sinto a falta daquele rosto que nunca beijei.
Sinto a louca falta do beijo que não dei
Sinto falta do beijo e do espelho....

Havia um homem que pensava que sabia tudo. Todavia, não sabia que outros sabia que ele não sabia nada. Nas parcelas de sabedoria que adquirimos vejo o quanto sou desprovido de sabedoria. Marquei a página virada do livro que não li e vi a triste face nua no espelho quebrado. Saí pelas ruas a vagar. Pensei então ter descoberto a beleza da solidão alheia, pois vi os rosto marcados pelo sofrimento. Entrei numa casa noturna. Era uma casa de jogos, um bingo. Percorri em espírito os corações de cada jogador. Percebi o lhes faltava era amor. Resolvi então jogar e observar os as expressões faciais de cada pessoa. Ali não existia raça, nível cultural ou social. Todos eram iguais, tão igualmente somos aos olhos do Grandioso Deus. Mas, Deus não estaria ali? Não sei talvez sim na Sua onipotência. Onipotente o Pai não abençoaria a todos? Talvez não senão cada um sairia com o seu próprio dinheiro. Contudo, o ônus de vício é o perene prejuízo. São tantos vícios e tantos viciados que os meus se tornaram pequenos. Tive pena daquelas pobres almas. Todos faziam daquelas apostas a razão do seu viver. Não somente o jogo era esperado. Nas mãos cigarros e mais cigarros em constantes tragos. A bebida velha companheira não poderia estar ausente. No delírio dos gritos dos afortunados, ouvia lamentos. A superstição era uma constante mesa a mesa. Cada um com suas mandingas e patuás. Os gestos se repetiam, assim como os lamentos e as trocas de mesa. Sai zica! Xô azar! Raspa-raspa de cartelas nas mesas já riscadas. Os vendedores apressados para cumprir o horário apertado do intervalo dos jogos. Uma vendedora me deseja boa sorte e, me confidencia (especulando) que me vendera a premiada naquele instante. Eu respondo que não acreditava e mesmo que fosse não desejaria. Tinha tantos e tantos que precisavam ganhar bem mais do que eu. Confidenciei que estava ali somente fazendo um laboratório para um futuro trabalho. Ela não acreditou e disse que se eu ganhasse, então deveria dar o prêmio para ela. Foi aí que brinquei e disse que não poderia fazer tal coisa. Primeiro porque sou casado em regime de comunhão parcial de bens e, tudo que eu ganhar metade pertence a minha mulher. Disse também que se eu desse o prêmio para ela estaria criando mais um vício: o vício do vendedor querer ganhar parcela da amortização do prejuízo que seu patrão proporcionou ao cliente. Tudo cheira vício, inclusive, esse vício louco de escrever. Caro leitor, não me ajude a curar desse vício. Não leia os meus textos, pois lendo-os vocês estarão contribuindo para que no futuro eu venha escrever mais e mais, até não mais ter assunto e pirar porque não consigo criar mais nada. Deixe-me então voltar para aquele espelho quando iniciei. Notarão vocês que nesse espelho não mais reflete aquele homem que havia iniciado. Naquele espelho não tem marcas do beijo que não dei. No espelho quebrado que simboliza sorte ou azar todos os supersticiosos não vão querer quebrar. Nem os espelhos das casas de jogos estarão riscados ou quebrados. Quem literalmente sai quebrado é o freguês. Se não entenderes leia esse conto mais uma vez. O beijo da sorte é a morte, pois te traz nova vida. O beijo da mãe em seu filho demonstra carinho. E, no espelho mágico, com um longo beijo faz virar um portal da sorte. Talvez, em outra dimensão o espelho receba o beijo que tanto sonhastes ter dado...

Eustáquio Mário Ribeiro Braga (Thackyn)
23/05/2000
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