Há cerca de um mês começaram a ser deflagradas em todo o território nacional uma enxurrada de operações da Polícia Federal que, cumprindo mandados de prisão, busca e apreensão expedidos pela Justiça, está desarticulando diversas quadrilhas formadas por pessoas comuns, empresários e funcionários públicos, que de forma insolente, praticam inúmeros crimes no Brasil. Dominó, Saúva, Toupeira, Daniel, Castela e Madri são apenas alguns dos títulos.
A nação brasileira, sofrida e iludida por seus governantes, assiste atônita às reportagens na televisão, lê as manchetes nos jornais e parece não acreditar no que vê: tanta gente indo pra cadeia. Até autoridades do Legislativo e do Judiciário. Parece um sonho...
Pobre povo brasileiro. Há tempo essas operações poderiam estar sendo realizadas, mas só agora, em plena campanha eleitoral é que alguém resolveu mostrar serviço. Por que será? Coincidência? Não acredito.
Creio piamente na Justiça do Brasil, e ninguém me convence do contrário. Também acredito em instituições como a Polícia Federal. Mas o que não dá pra engolir é a visível manobra política por trás de tudo isso. Só cego não vê.
O Brasil precisa realmente de atitudes enérgicas na repressão ao crime, seja comum ou organizado. Mas isso deve ser feito a qualquer tempo, de forma isenta, incondicional e apolítica. Manipular uma nação inteira com atitudes dessa natureza é um total desrespeito.
Infelizmente, é tão comum acontecer fatos semelhantes em época de eleições, que a população já não sabe mais diferenciar as coisas. Muitos caem nessas armadilhas. É por essas e outras que alguém tem que alertá-los.
O futuro da nação está para ser decidido daqui há pouco menos de um mês. É preciso refletir muito sobre essas coisas para que o Brasil não continue na situação lastimável em que está mergulhado.
Temos que tomar cuidado para que o sonho do presente não se transforme em um pesadelo horrível no futuro.