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Contos-->ÔNIBUS LOTADO -- 24/05/2000 - 19:47 (Eustáquio Mário Ribeiro Braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sinto-me como um ônibus lotado cheio de passageiros e com destino, mas é incerta a chegada. Tenho o itinerário gravado. O roteiro traçado e as paradas planejadas. Todavia, os acidentes de percurso são uma constante. Mudam-se a cada instante. A rotatividade é grande. Entra gente e sai gente. Sobe e desce paga e recebe. Sou também o trocador. Fico na roleta na espreita. O vale transporte é bem mais prático. Entra dinheiro e falta troco. O calor é infernal e até vivemos um inferno astral, mas tudo é natural nesse mundo irreal. Sobe um homem claro de cabelos longos cacheados. Ela olha de relance. Tua visão estava no raio de alcance. E no ritmo do balanço do carro foi inevitável um esbarro. Corpos se tocam vejo nos olhares inibidos dos dois. Naquele momento tentam se disfarçar, mas é natural em ônibus se esbarrar. Todavia, as coisas começam a esquentar. Vejo o toque sutil daquele jovem febril, ela talvez tenha retribuído sem pensar ou sentir. Ele se aproxima para mais perto. Acho que já estava nervoso. Creio que o amasso estava gostoso. Não pude perceber se ela gostava ou recriminava. Também dali não se afastava. Ele esperto se findou ereto. Ela se pôs em corpo reto. Deixaram apenas o ônibus balançar e mexer pelos dois. No relar sem se comprometer não convém intrometer. Mesmo porque alguém primeiro terá que descer e, ambas irão se despedir sem nenhuma palavra trocar, apenas o desejo ficará. A excitação estará no ar e não se pode atenuar, esta louca vontade de transar. Mas o que vale é a imaginação esse fetiche de lotação. Tal qual roteiro de Nelson Rodrigues. São inúmeros casos e contos de amor e desejo que são desejados, mesmo que desajeitados em um simples ônibus lotado. Para alguns assédio, mas para outros taras e "voierismo" se é que tal palavra existe ou cabe nessa situação. São coisas que acontecem em lotação. O prazer dos corpos não escolhe cara, nessas horas ou minutos de tara. Vejo homens e mulheres que se deliciam, outras ficam encabuladas, outras talvez se sintam ultrajadas. Porém, tudo acontece quando as vezes falta espaço. Em outras ocasiões pessoas doentes saem à procura, nesse tipo de coisa talvez obscura. Creio que existam também mulheres que tenham tal fetiche, pois não somente o homem seja um animal carnal. Acho que somos todos e passivos e erros ou desvio de conduta. Para o analistas talvez seja um distúrbio sexual. Voltando para o ônibus cheio que me sinto. E, isto não tem nada a ver com essa estória. Digo que me sinto de tal forma devido à pressão no trabalho e nas lutas. O relógio já não marca as horas que necessito. Estou à procura de abrigo ou talvez de descanso. E assim não consigo trabalhar, apenas fazer contos. E segue o ônibus lotado de minha vida sem destino e vários itinerários...

Eustáquio Braga (THACKYN)
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